Um ser humano leva um celular,
que comprou de um desconhecido,
barato e sem nota fiscal
pra que sua filha dê-lhe um sorriso.
Outro ser humano no banco da praça
pensa na família
que lhe espera no barraco
e estende a mão
por cinco reais de esmola
pois diz que não compensa menos
já que tudo tá o olho da cara;
e seu carro está a apenas cem metros dali,
no caminho ele vai tirando a gaze
com que enrolou pernas e braços...
acha um celular.
Outro ser humano no beco da ponte
faz um pacto de ilusão
mesmo sem ver ou ouvir
com o anjo Febrônio
que caiu faz pouco tempo (cem anos?)
de um buraco da camada de ozônio.
Seu celular quebrou.
Outro descobre de onde vem
a palavra penico
num livrinho cujas páginas
ia usar depois da ocupação
de seu peniquinho esmaltado.
Ser humano é difícil pra burro...
sem celular.
que comprou de um desconhecido,
barato e sem nota fiscal
pra que sua filha dê-lhe um sorriso.
Outro ser humano no banco da praça
pensa na família
que lhe espera no barraco
e estende a mão
por cinco reais de esmola
pois diz que não compensa menos
já que tudo tá o olho da cara;
e seu carro está a apenas cem metros dali,
no caminho ele vai tirando a gaze
com que enrolou pernas e braços...
acha um celular.
Outro ser humano no beco da ponte
faz um pacto de ilusão
mesmo sem ver ou ouvir
com o anjo Febrônio
que caiu faz pouco tempo (cem anos?)
de um buraco da camada de ozônio.
Seu celular quebrou.
Outro descobre de onde vem
a palavra penico
num livrinho cujas páginas
ia usar depois da ocupação
de seu peniquinho esmaltado.
Ser humano é difícil pra burro...
sem celular.
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