Pular para o conteúdo principal

COMO EU NÃO TENHO VERDADE

Como desprezo a fortuna,
minha pobreza é que cala.
Pois por mais que me aproprie
muito mais riqueza instala
no que faço ou redefino,
tirando ouro das falas.

Já acreditei num sonho
havido em noite gloriosa,
fui escravo, já fui dono,
amei a tarde gostosa,
amei as manhãs com sono,
acordado em minha glosa.

Como não tenho fingidas
idéias mas as consumo,
quem me acredita falseia,
quem me ouve, se confunde,
quem imita o que desfaço
não há cães que o circunde.


Já acreditei num sonho...

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

QUE ENOBREÇA OS OLHOS

Seus olhos são nuvens com versos, caravelas e peixes. E eu sou uma ressaca marítima. Há sede debaixo de meus olhos. Há demasiada ansiedade em minhas naus de ondas. Não há vestes a proteger do frio. Não tenho muitas saídas, você sabe. Tenho de ser peixe. Estou uma confusão só. Sou um coral de crises. Sou um rodapé por uma estranha corrente. Talvez se me entendesse, poderia ser Netuno. O forno pifou quando eu planejava a queima sagrada. E a casa envelheceu na árvore da chuva que cai pesada. Há chuva que melhor que esta enobreça os olhos?

CORAGEM

Sou escândalo poético porque não me mando mais só o papel é mãe e pai e o que quer que pinte que o papel me peça é quanto me vai Não brigo com os dedos eles brigam comigo só minha coragem corre perigo quando me escrevo e a grito

ANTIGO NA CHUVA

A chuva no sonho máximo de alisar coisas secas pouca vergonha usa no se exibir molhada, cai vertical, nua das nuvens principais, fragmenta o agregado princípio, enquanto percorro o bigode  como um ser antigo, o sonho de folhas ao vento com a guerra ao norte  ... E começo a estender a arma eficaz - a toalha do pensar com estratégia densa, onde golpes anencéfalos esquecidos há anos aparecem do nada  e se servem dando ordem unida  na frágil luz do teatro