Contam que Max, um cachorro velho,
queria um pacto com a Noite:
ele uivaria e ela lhe presentaria com olhos azuis.
O cão tinha tara por olhos azuis.
Talvez de tanto ver, sentir, o mar,
ou latir pras estrelas.
A Noite disse: - Não! Basta moveres a pedra!
Mas....- Não tem mais! Basta isso!
O pacto foi feito com sangue de cão.
Então, quando, de noitinha,
recebe os olhos de céu,
late roucamente,
e move ao centro a pedra
que a Noite sempre esconde dos lados.
Pedra que virou cúmplice primeiro,
depois, amor, trocando palavras com ele
no morto idioma calhau, língua de pedra,
língua de antes das primeiras mães.
Em pouco tempo aprendeu a esfarelar.
queria um pacto com a Noite:
ele uivaria e ela lhe presentaria com olhos azuis.
O cão tinha tara por olhos azuis.
Talvez de tanto ver, sentir, o mar,
ou latir pras estrelas.
A Noite disse: - Não! Basta moveres a pedra!
Mas....- Não tem mais! Basta isso!
O pacto foi feito com sangue de cão.
Então, quando, de noitinha,
recebe os olhos de céu,
late roucamente,
e move ao centro a pedra
que a Noite sempre esconde dos lados.
Pedra que virou cúmplice primeiro,
depois, amor, trocando palavras com ele
no morto idioma calhau, língua de pedra,
língua de antes das primeiras mães.
Em pouco tempo aprendeu a esfarelar.
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