Teus femininos dorsais:
rochas para se escalar,
suprema obra que apraz
às loucuras dos pincéis
no quadro que o eterno faz.
A beleza que cresceu
dá astros a quem te mire,
e os beija-flores no eu
de verde-amarelos mitos
faz tua carne hímen n'eu.
Digo: quase o coração
parou pelos teus costados,
foi o neandertal loução
que trepou escangalhado
de amor com deus às mãos.
Que trabalho, pitonisa,
apurando-te o meneio,
o grande dorsal que alisas...hummmmm!
Com beleza bem no meio
em céus mil nos localiza!
Tuas costas de vestal,
tua flor abdominal,
teus seios de sonho e sal,
teu vulto em circunferências,
teus vales de carne e mel.
Teus montes de folha e anelos,
teus meios de firme oval,
teus glúteos de acender
o chute no racional
jeito de me defender.
Ah, a beleza em teus anéis
de fêmea no aurorescer,
teu corpinho de vestal
e eu lambendo-te de cima,
vinho e água de graal.
De crer muito no que sente,
meu egoísmo ritual
é o que torna presente
o brilho em tez carnal
que em volúpias me fendem.
Bem pra baixo onde o mal
não chegou, ainda bem,
o meu desejo se lança
ao que o olhar cega inteiro
ante costal abundância.
O trabalho muscular
é sucesso garantido,
livros serão bem vendidos
se as capas com tuas curvas
povoarem frontispícios.
Angular, supraespinal,
subespinal, braquial,
rombóide, grande redondo,
do tricípite tendão,
dão explosão sem estrondo.
Ah, a beleza em tuas costas,
querida, é flor de assalto
ao peito que bate e salta,
criando calos na aorta:
metafísica que exalta-nos.
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