Pular para o conteúdo principal

QUANDO VOCÊ CASOU

Você olhou para a frente,
Você olhou para os lados,
Limpou as margens dos olhos,
Você se sentou.
Quando você viu a peça,
Quando você escutou a peça,
Você pensou,
Limpou as margens,
Virou do avesso.
Hoje você não consegue julgar.
A peça foi boa? Não viu...
Quando você virou do avesso,  
Quando você ouviu a música da peça,
Foi como se ouro entrasse pelas orelhas,
Esqueceu o enredo e fechou os olhos.
Sentiu o cheiro de seus cabelos
E a cor do som que ela emitia,
Descobrindo uma razão pra casar
E seguir a dona dos cabelos
Para sempre.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

QUE ENOBREÇA OS OLHOS

Seus olhos são nuvens com versos, caravelas e peixes. E eu sou uma ressaca marítima. Há sede debaixo de meus olhos. Há demasiada ansiedade em minhas naus de ondas. Não há vestes a proteger do frio. Não tenho muitas saídas, você sabe. Tenho de ser peixe. Estou uma confusão só. Sou um coral de crises. Sou um rodapé por uma estranha corrente. Talvez se me entendesse, poderia ser Netuno. O forno pifou quando eu planejava a queima sagrada. E a casa envelheceu na árvore da chuva que cai pesada. Há chuva que melhor que esta enobreça os olhos?

VOCÊ TEM HONRADEZ

Você tem honradez? Batizo uma mosca de honradez. Uma mosca tem seu próprio conteúdo, Um ser humano tem conteúdo mental com falhas. Um ser humano mata milhões de uma vez só. Uma mosca.....mosca "estro"..... . Você faz tratos, contratos, em troca de algo. Você dorme com tranquilidade. Você e eu. Já temos a pena que não nos compete. Vivemos 60, 50, 40....mas 70 é pouco também. Com 50 temos saudade do antes do corpo decair mais rápido. Honradez : ter justiça, seja: fazer jus. A seu tempo sobre a terra. O outro lhe interessa ? Contratos Tratos lhe distanciam De algo que humaniza. E lhe aproxima do espírito das guerras, Eu nonada non adan. Em cima da mesa, Duas moscas amam trepam morrem (Há um quê de Hades na trepada).

ARAKEVE NUNCA MAIS

VERSÃO sexta-feira, 3 de março de 2017 ...ARAKA’AEVE NUNCA MAIS, inspirado em poema de Edgard Allan Poe - The Raven (O CORVO) e em Eros e Psiquê, de Fernando Pessoa ...Meia-noite? Não sei bem, era horário de verão. Folheava um livro raro, letra barroca e fininha. Meu corpo todo doído debruçava sobre a mesa. “Ouvi o som do interfone?” Estiquei-me. Dor na espinha. “Quem toca meu interfone?” Logo atiça a dor na espinha. Quem vem com seu nhenhenhém?”. Foi no início de setembro. Meu aniversário, eu lembro. Não paguei a luz. Velavam velas várias na cozinha. Esperava o sol, o dia. E a noite me tragava, A leitura me enjoava, só lembrava de Amelinha Ancorado no cais longo da memória...Amelinha !!! “Quem vem com o seu nhenhenhém?” A cortina na vidraça balançava, para horror Desta herdada arritmia que ao peito desavinha. Ouvi de novo o interfone por vagarosos segundos... “É cliente atrasada??? A fofura da vizinha? Como puxa meus lençóis! Ela é uma vizinha Bem versad