Pular para o conteúdo principal

BLASFÊMIA DE LOT POR AMOR A EDITH

Ela olhou para trás. Que curiosidade! Não ouviu o anjo?
Mas Deus sabia. Não é onisciente? Não sabe tudo?
Desculpe, Senhor, não precisa estrondear, relampear,

assim eu fico surdo, puto, sei lá...Por que ela virou?
Ela olhou para trás. E então mudou a pele em sal,

Meter no sal não dá. Arde pra porra, pra carai.
Uma mulher de sal não geme se a fodemos.
Ela sabia que fim teria. Não ouviu, Deus puniu.
Às vezes perguntava por que um Deus Senhor.

Por que Filho do Homem? Por que mulher costela,
assim letra pequena como coisa pra pena?
Deus não tinha mulher pra foder? Assim dizia ela.

Edith língua solta. Minha adorável língua solta. 
Que língua, Meu Deuzinho! Assim dizia dela
Copiando o elogio
Deus salgou minha mulher para as cabras? 
Perdão, Senhor. Não relampeie.
Anjos disseram que ela já tava marcada. Uma rebelde.
Era qual Lilith, a que queria dar por cima.
Uma mulher tem direito de não transar por baixo.
Não me queixo. Por isso, casei co' essa mulher de peito.
Só não olhei pra trás por minhas filhas. Se não, era eu no sal.
Edith, uma mulher autônoma; qual ela nunca mais, nunca mais!
Nem as minhas filhas! Nem as nossas filhas! Não, eu não as culpo!

Quando fugimos pras cavernas, era só eu e elas duas.
Era preciso descendência e o único homem, varão bom,
era o seu velho pai, com fogo e arte no membro viril.
E me embebedaram na esperança de nublar a mente.
Contudo, nunca fui pedófilo ou abusador. Senti prazer,
mas não fui vil, urrei na minha bebedeira, por pensar

que Edith inteiro me chupava. Perdão, Deus, peço perdão.
Por que me tiraste Edith? Por não dar-me submissão?

Me torna costela dela e dá-lhe ressurreição!

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

QUE ENOBREÇA OS OLHOS

Seus olhos são nuvens com versos, caravelas e peixes. E eu sou uma ressaca marítima. Há sede debaixo de meus olhos. Há demasiada ansiedade em minhas naus de ondas. Não há vestes a proteger do frio. Não tenho muitas saídas, você sabe. Tenho de ser peixe. Estou uma confusão só. Sou um coral de crises. Sou um rodapé por uma estranha corrente. Talvez se me entendesse, poderia ser Netuno. O forno pifou quando eu planejava a queima sagrada. E a casa envelheceu na árvore da chuva que cai pesada. Há chuva que melhor que esta enobreça os olhos?

VOCÊ TEM HONRADEZ

Você tem honradez? Batizo uma mosca de honradez. Uma mosca tem seu próprio conteúdo, Um ser humano tem conteúdo mental com falhas. Um ser humano mata milhões de uma vez só. Uma mosca.....mosca "estro"..... . Você faz tratos, contratos, em troca de algo. Você dorme com tranquilidade. Você e eu. Já temos a pena que não nos compete. Vivemos 60, 50, 40....mas 70 é pouco também. Com 50 temos saudade do antes do corpo decair mais rápido. Honradez : ter justiça, seja: fazer jus. A seu tempo sobre a terra. O outro lhe interessa ? Contratos Tratos lhe distanciam De algo que humaniza. E lhe aproxima do espírito das guerras, Eu nonada non adan. Em cima da mesa, Duas moscas amam trepam morrem (Há um quê de Hades na trepada).

ARAKEVE NUNCA MAIS

VERSÃO sexta-feira, 3 de março de 2017 ...ARAKA’AEVE NUNCA MAIS, inspirado em poema de Edgard Allan Poe - The Raven (O CORVO) e em Eros e Psiquê, de Fernando Pessoa ...Meia-noite? Não sei bem, era horário de verão. Folheava um livro raro, letra barroca e fininha. Meu corpo todo doído debruçava sobre a mesa. “Ouvi o som do interfone?” Estiquei-me. Dor na espinha. “Quem toca meu interfone?” Logo atiça a dor na espinha. Quem vem com seu nhenhenhém?”. Foi no início de setembro. Meu aniversário, eu lembro. Não paguei a luz. Velavam velas várias na cozinha. Esperava o sol, o dia. E a noite me tragava, A leitura me enjoava, só lembrava de Amelinha Ancorado no cais longo da memória...Amelinha !!! “Quem vem com o seu nhenhenhém?” A cortina na vidraça balançava, para horror Desta herdada arritmia que ao peito desavinha. Ouvi de novo o interfone por vagarosos segundos... “É cliente atrasada??? A fofura da vizinha? Como puxa meus lençóis! Ela é uma vizinha Bem versad