(E a esfera me ouve ao poço)
- Por que o poeta sofre e canta?
Por que seu sangue escorre, grosso,
E sua pele esconde o osso
De seu amor em letra branca?
Quando a vi
E alisei-lhe o rosto
Com o olhar
Houve música de tal forma ensurdecedora
Que me dançaram os tímpanos da pele
-Por que a lágrima faz lago,
E este sol parece chuva,
E este som parece nada,
E esta fome dela turva-me?
Quando a vi
E alisei-lhe o rosto
Havia nutrição
No seu sorriso explosivo
E me alimentei
-Se vou subir, subo, caindo,
E esta ave, voando, finge-me
A Musa Insone, parente de Eros,
Que dela parte e ao peito atinge-me.
Quando a vi
E alisei-lhe a face
Havia um frescor infrene
Nas gotas em sua língua
E me banhei
(Deu-me a Esfera uma cuspida,
Me estremecendo o fio da vida)
- Por que o poeta sofre e canta?
Por que seu sangue escorre, grosso,
E sua pele esconde o osso
De seu amor em letra branca?
Quando a vi
E alisei-lhe o rosto
Com o olhar
Houve música de tal forma ensurdecedora
Que me dançaram os tímpanos da pele
-Por que a lágrima faz lago,
E este sol parece chuva,
E este som parece nada,
E esta fome dela turva-me?
Quando a vi
E alisei-lhe o rosto
Havia nutrição
No seu sorriso explosivo
E me alimentei
-Se vou subir, subo, caindo,
E esta ave, voando, finge-me
A Musa Insone, parente de Eros,
Que dela parte e ao peito atinge-me.
Quando a vi
E alisei-lhe a face
Havia um frescor infrene
Nas gotas em sua língua
E me banhei
(Deu-me a Esfera uma cuspida,
Me estremecendo o fio da vida)
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