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MEU SENTIDO

a nudez do tempo
é ter o gume de toda pele
a nudez da chuva
é ter a faca do coração
disponível para o solo
que fecunda
o balanço dos postes
os pássaros encasacados
os uivos das telas
as mentes começando
pra cortar os seios de vidro
das falsas convicções
os corpos se arrastando
as luzes aquentando
excitando reanimando
muitos querem no fundo
o salário que compense
a existência
o prazer uma vez por dia
por mais um pedaço de luar
uma nesga de sol
sossego ou barulho
música calma ou não
romance de papel de filme
como um teste certo de errar o tempo arcaico

meu sentido é ser o erro e a praça de adubos
para avançar
tecer amor com o que escreva
a bancar o ser errático
quero que este incerto reto ereto reste
mostre o nem sempre exato e me curve
Poesia, ao teu púbis

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