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SERPENTES NOS JARDINS DA MENTE

Disse o Grilo,
verdolengo que gostava de pombas depenadas,
que juntos somos eternos e isso foi
às quinze horas e quarenta e oito minutos,
antes dos corpos entrarem e estilhaçarem
as imagens que protegiam nossos seres,
emparedando nossos pensamentos
antes de nossas cômodas nuvens,
geradas de arcaicas mulheres
junto à fome desde o começo
do quaternário, quando expulsos
no exato momento 
em que titãs defecavam serpentes
nos jardins da mente,
que eram feitos no alto
de nossos cérebros 
com flores mortas 
por palavras pontiagudas
como estas
paridas por este escritor assassino
sob contrato permanente da alma...

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