Talvez olhar uma imagem bonita
com violetas e azuis a sair da noite
desafiando as constelações.
Ouvir uma canção com coração
(ou não), mesmo que "in memoriam".
Talvez olhar um cão andar com três patas.
Talvez olhar pela televisão
uma menina presa entre escórias,
sorrindo na esperança que bombeiros
a tirem dali com vida aos ombros.
Talvez olhar uma mulher subir por uma corda
quando todas as chances eram contra ela,
uma mulher de 48 ou 53 anos por aí,
chamada Ilair ou algum nome assim,
numa enchente impiedosamente natural,
ou vice-versa.
Talvez olhar uma rosa, mesmo de soslaio.
Olhar um rosto, mesmo de passagem.
Um gesto no ar, mesmo rápido.
Um casal se beijando num banco quebrado.
O poema "O sul" de Jorge Luis Borges.
Talvez isso tudo prepare o olhar
para o poema que salvará
o dia findo do poeta.
com violetas e azuis a sair da noite
desafiando as constelações.
Ouvir uma canção com coração
(ou não), mesmo que "in memoriam".
Talvez olhar um cão andar com três patas.
Talvez olhar pela televisão
uma menina presa entre escórias,
sorrindo na esperança que bombeiros
a tirem dali com vida aos ombros.
Talvez olhar uma mulher subir por uma corda
quando todas as chances eram contra ela,
uma mulher de 48 ou 53 anos por aí,
chamada Ilair ou algum nome assim,
numa enchente impiedosamente natural,
ou vice-versa.
Talvez olhar uma rosa, mesmo de soslaio.
Olhar um rosto, mesmo de passagem.
Um gesto no ar, mesmo rápido.
Um casal se beijando num banco quebrado.
O poema "O sul" de Jorge Luis Borges.
Talvez isso tudo prepare o olhar
para o poema que salvará
o dia findo do poeta.
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