Livro antigo sobre a mesa,
chegará o calor
e escorrerás,
águas-saber em plenitude.
A casa estará molhada,
teu ser-fácio amarelo códice,
no beiral da íris-teca,
mas já estarás na ilha-leitor
Lia-te, corpo em decúbito,
meio rouco, ansioso,
já eras centenário,
mas me aquecias.
Livro em rugas, belo livro frio,
tuas folhas não mais,
traças em ordem unida,
contentando o silêncio.
Saberás o mergulho
ao penetrar nos poros do solo,
a diminuir o visível,
e teu corpo irá, em verticalidade.
O ângulo para baixo,
À força do desfazimento,
A exceder uma metade do nada,
Posfácio em transparência.
Quando fores quanta,
então ficarás em paz,
em algum lugar,
na alma do Ínfimo.
Num canto mádido do Tempo,
teu corpo será ser de memória...
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