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GAROTOS, ESCUTAI-ME

Garotos podres
o mundo continua podre
não há vida nesta merda
todos querem foder
do lado errado
massacrado o pequeno
pelo graduado
ainda

Quero vomitar

na barra dos Poderes
quero vomitar
na falsidade dos seres
Papai Noel é um pilantra
metido a intelectual
e comendo criancinhas
o abusador pedófilo
piorou

Há muito filho-da-puta

Garotos Podres
o mundo fede pra caralho
o palanque ainda existe
e é bom pra fazer cocô
o Brasil ainda é um barraco
de 1,99 
todo colorido e fedendo a mijo
e merda de cachorro
ainda


Garotos podres

o mundo gira torto
cheio de cachaça na cabeça
ainda
e eu tenho de amar
ou apodrecer ou entontecer
com pau limpo, claro,
senão como eu vou escrever
sobre esse mundo 
com gonorréia e chato?


Ainda temos de gritar
ainda temos que matar em nós
esse tédio da porra
com a consciência de
Garotos Podres
clamando pelos miseráveis
e pelos que vomitam 
em paletós e gravatas

Vou fazer cocô

É menos podre e cheira melhor
E só tenho dinheiro suado pra limpar

Comentários

Elton S. Neves disse…
Visceral, violento, um punk-poema, uma amostra bem escrita do que é a alma humana em quase todas as suas misérias e frentes.Mais uma vez tu te superas Natanael, e nessa superação nos mostra em ti, um poeta com uma face particularmente sombria nos revelando todas as suas mais escuras vísceras. Parabéns pela bela obra. Mais uma vez fizestes um bom trabalho.
Abraços poéticos.

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