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PEITOS NAS SISTEM/PESTADES

Mercútio, irmão meu, deitado na chuva
em cima dos cacos do palco indiviso,
teu bafo contamina os bem-nascidos
nesta urbe pudica que nos vampiriza.

Grande ator, irmão meu, como era bom
botar bombas no cu de Satanás,
o Status Quo, até irmos ao colo
das deusas contaminadas com o vírus do teatro.
Teobaldo, irmão meu, como era gostoso
pichar as peles das palavras com ousadias,
encantos mágicos, a poder de mantras,
necessários à nossa escalada no ser do fogo.
Hábil ator, lembras de Prometeu?
De quando roubamos seu fígado aos urubus
que devoraram a águia de Zeus?
E a maneira febril com que o comemos?
Julieta, irmã minha, hoje
Já não há estudo, ninguém quer mais
procurar o segredo do aço
da espada da alma em flor.
Atores e atrizes eternefêmeras,
os carros passam a toda velocidade,
e tuas almas assumidas pela platéia
são puro carpete para convenções agora.
In(fame) irmão meu,
lembra daquele velho
que pintamos de prata,
de nome Shakespeare?
Digo-te qu'ele não morreu.
Voltou às tabuas-grades!
Gritemos merda em latim!
E peitos nas sistem/pestades!

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