Cultivo estes espinhos desde sempre.
Neles, traços da pele de minha alma.
Bebo do sumo destes espelhos quentes.
Como do miolo destes espinhos salsos.
Escrevo com estes acúleos.
Tomo banho com estes espinhos.
Enxugo-me com estes espelhos.
Com os cacos raspo as feridas.
Surpreendo-me com a rosa
Que acima dos espelhos
Quer me envenenar com a cor
De um jardim cinza e moroso.
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