Meu rubor, trace no espaço
A cabeça e me releve,
Trace também o pescoço,
Trace os braços, trace as pernas,
Faça um assaz riscado
No espaço, enfim, que sirva
Ao verbo, sem diz-que-diz-que,
Pois o poema assim atreve-se,
E quer SER, cobrir-me a mesa,
Gelar a letra na sebe
Do papel, que lhe emaranha.
Meu rubor, tira essas presas
De ferir amor que atreve-se,
E mantenha a boca insana
Mesmo para um beijo-service
No poema e observe
Que já papeou mil linhas
De rubores indeléveis.
Cuidado, então, almocreve!
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