Pular para o conteúdo principal

A ILUSÃO DE TECER-TE

Na cidade que é você
Escalo prédios concretos,
Crânios oferto pras deusas
Nos altares sem porquês

Na cidade que é você
Corroem a cal molduras,
De espanto tecem figuras
Oxidadas de ver

De mistérios fazem torres
Por sobre as bocas de lobo,
Na cidade que é você
Curvas alagam qual rios

Sobem altos casarios,
Esquinas dobram metais
Que aos meus dons imantizam
Na cidade que é você

Embalam tremores morros,
Pontes descambam de vez,
Engenheiros suicidam
Por balançarem você

Pra cidade que é você,
Sei, meus sonhos são pequenos,
E o tempo é curto, cobrindo
A ilusão de a tecer

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

QUE ENOBREÇA OS OLHOS

Seus olhos são nuvens com versos, caravelas e peixes. E eu sou uma ressaca marítima. Há sede debaixo de meus olhos. Há demasiada ansiedade em minhas naus de ondas. Não há vestes a proteger do frio. Não tenho muitas saídas, você sabe. Tenho de ser peixe. Estou uma confusão só. Sou um coral de crises. Sou um rodapé por uma estranha corrente. Talvez se me entendesse, poderia ser Netuno. O forno pifou quando eu planejava a queima sagrada. E a casa envelheceu na árvore da chuva que cai pesada. Há chuva que melhor que esta enobreça os olhos?

CORAGEM

Sou escândalo poético porque não me mando mais só o papel é mãe e pai e o que quer que pinte que o papel me peça é quanto me vai Não brigo com os dedos eles brigam comigo só minha coragem corre perigo quando me escrevo e a grito

ANTIGO NA CHUVA

A chuva no sonho máximo de alisar coisas secas pouca vergonha usa no se exibir molhada, cai vertical, nua das nuvens principais, fragmenta o agregado princípio, enquanto percorro o bigode  como um ser antigo, o sonho de folhas ao vento com a guerra ao norte  ... E começo a estender a arma eficaz - a toalha do pensar com estratégia densa, onde golpes anencéfalos esquecidos há anos aparecem do nada  e se servem dando ordem unida  na frágil luz do teatro