sexta-feira, 23 de maio de 2014.
Conheceste
o meu amor através de palavras sinceras, águas que brotaram da
cachoeira de um coração apaixonado. Agora, me dizes que eu era um
desconhecido. Muito bem. Aceito, com ressalvas. Mas, estejas certa
que para mim nunca foste uma estranha. Desde o primeiro momento, tive
a sensação de um sentimento em “dejà-vu”.
Amargurado,
fiz mal juízo ao questionar-te sobre o amor.
Foi
a mágoa desesperançada que fez-me agir assim, de modo injusto.
Respeito tuas oblações pessoais, juras sagradas,e as proibições
de caráter particular e tradicional.
Minhas
palavras sempre foram sagradas,porque o sagrado também habita no
profano, e estas nunca tiveram uma natureza ardilosa,e muito menos
foram soltas ao vento com intenções fugazes.
Por
trás do muro do patriarcado religioso, só existe“A FALSA
PROTEÇÃO” do macho sobre a sua fêmea, pois a alma feminina para
ele é nada e dá ocasião ao seu sadismo misógino.
Já
falei demasiado sobre isso. Perdoa minha pretensão. É que vejo em
todos os quadrantes deste nosso planeta muito ódio à mulher,
encoberto sob as vestes de um eufemismo tradicional embasado no Pai Divino.
Não
esperes que eu aceite isso. Não sou politeísta, pois eu não sou um
rótulo. Tenho um nome e sou um SER que adora a Grande Mãe e ao
Grande Pai, colocados em pé de igualdade,SEM SUBMISSÃO DELE A ELA E
DELA A ELE. Tudo por ter fé na MULHER, em sua elevação.
Meus
sentimentos por ti nunca foram sujos, e meu coração, hoje magoado,
sempre esteve empenhado numa só direção,naquela que me leva a
desejar-te a mais completa felicidade.
As
palavras a ti direcionadas devem ser as mais puras e confortadoras
possíveis.Estás numa situação que não permite,da parte de quem
realmente te ame, o menor espinho.
Me
perdoa. Me fiz merecedor de tua ojeriza.
Por
vezes, sei que pareço FRACO e me comporto como um adolescente.Por
crer no AMOR VERDADEIRO,e isso não ser tão normal num mundo em que
homens tem que ser duros, insensíveis,de vez em quando um VÉU me
cobre: o da INSEGURANÇA.
E
tudo que cobre, oculta, esconde,seja à mulher como propriedade da
TRADIÇÃO ou à MENTE LIBERTÁRIA de um homem,é o espelho do
INDEVIDO, do INJUSTO, do INUMANO.
Só
uma TRADIÇÃO deveria reinar SOBRE TODAS no mundo: A TRADIÇÃO DO
AMOR.
Nunca
fui leviano o bastante para chegar a duvidar de teus nobres
sentimentos por mim. E tampouco infiel a ponto de querer dividir o
amor que sinto por ti com outra. Sempre serei um homem de uma só
mulher, e quisera eu que ela fosse tu.
Meu
sangue é divino, porque sou filho das Deusas e Deuses, meu espírito
é livre, pois o amor de Gaia habita em seu interior, meu coração é
um palácio de delícias, afinal, minha querida, apenas tu sempre
reinarás dentro dele!
-
ELTON SIPIÃO O ANJO DAS LETRAS.
A
imagem da pintura que ilustra o texto publicado acima é do pintor
australiano Ivor Henry Thomas Hele – (1912- 1993). O nome do quadro
é “Odalisque”.
Comentários