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FALTA DE PROTEÇÃO AOS DA LAJE

Imóvel
observo e
salivo de mãos redigindo melosas
pois ela acordou imóvel em cima da laje
de bandas macias sobre a bandeja
de onde salta uma gota ardente
no suor salso de salamar

O desejo móvel do poeta
sempre foi buscar o som da luz
mas não a esperava em cima da laje
ensurdecendo olhos incandescentes
e penetrando nos poros da visão

Vejo os raios sobre suas espáduas,
o suor deslizante em seus vales
sua sensualidade ao vento do pensar
e já são dois: o vento e o sol
a desfrutar o frescor das ilhas

Ela se vira e sua planície aprazível,
solicitando exploração, recebe 
dos jardins próximos inveja a toda flor
e seus mamilos cerejas pra ponta do sol
atentam nuvens sonsas, qual
um violar de pintura sobre tela

(HÁ FALTA DE PROTEÇÃO AOS OLHOS)

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