Pular para o conteúdo principal

A RUA COM SEUS PEIXES

....A rua com seus peixes
afiados
com suas barbatanas
espelhadas
canecas em navalha
cacos de emoções
com algas tombando
com sua fome
de planctons
com sua sede
de abraços atirando
com sua extensão ilimitada
no frio
com suas pedras rasgando
com seus pneus de arestas
fogo nas axilas das esquinas
falsos grupos de azuis
falsos elogios sob postes
falsos jeitos de permanecer
na agulha das ilhas
a rua e seus becos
com seus sinais de escuridão
com seus verões elevados
com seus sóis de solidão
e dor física
no mesmo local
do cérebro doendo
na barriga aberta do papelão
mijado

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

QUE ENOBREÇA OS OLHOS

Seus olhos são nuvens com versos, caravelas e peixes. E eu sou uma ressaca marítima. Há sede debaixo de meus olhos. Há demasiada ansiedade em minhas naus de ondas. Não há vestes a proteger do frio. Não tenho muitas saídas, você sabe. Tenho de ser peixe. Estou uma confusão só. Sou um coral de crises. Sou um rodapé por uma estranha corrente. Talvez se me entendesse, poderia ser Netuno. O forno pifou quando eu planejava a queima sagrada. E a casa envelheceu na árvore da chuva que cai pesada. Há chuva que melhor que esta enobreça os olhos?

CORAGEM

Sou escândalo poético porque não me mando mais só o papel é mãe e pai e o que quer que pinte que o papel me peça é quanto me vai Não brigo com os dedos eles brigam comigo só minha coragem corre perigo quando me escrevo e a grito

ANTIGO NA CHUVA

A chuva no sonho máximo de alisar coisas secas pouca vergonha usa no se exibir molhada, cai vertical, nua das nuvens principais, fragmenta o agregado princípio, enquanto percorro o bigode  como um ser antigo, o sonho de folhas ao vento com a guerra ao norte  ... E começo a estender a arma eficaz - a toalha do pensar com estratégia densa, onde golpes anencéfalos esquecidos há anos aparecem do nada  e se servem dando ordem unida  na frágil luz do teatro