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SOB TUA PALAVR'ÁRVORE

Cada vez que penso, a poesia se enfeita.
Penso com os olhos fechados, abertos para dentro.
E cada vez que me fecho o mergulho é mais fundo.
Pretendo mergulhar até o outro lado de tudo.
Talvez assim eu me ache nada pleno de vazios cheios.
E possa quiçá dançar um tango com a poesia.
Um tango com os globos oculares ausentes.
Que ao fim ela, a poesia, se canse de mim.
E me empurre nos espinhos que plantei nos fatos.
E me mande lavar louças no Aquer'Ontem.
E cuspa em mim seu cuspe doce como algodão dócil.
Depois, que me levantem as mãos do sonho.
Drogado de realidade. Sem reputação.
Assim, em desequilíbrio, o sonho macule.
Me faça prender entre grades sistemáticas.
Que me renegue delírios.
Que me faça condenar aprisionado nos dias.
E se os dias forem largos, que eu seja preso nas horas esquecidas,
Ou nos minutos, ou nos segundos sem lembrança.
Isso é porque estou pensando. Pensando. Pensando.
Pensando. Pensando. Apenso para dentro.
Que ao fim, me canse e descanse

Sob Tua Palavr' árvore..

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