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Mostrando postagens de 2009

A MEMÓRIA

A memória brinca e pinta nossos álbuns Somos sobre/sob a roda do ontem em pétalas Há incêndios empalados no passado sem gozo permanente A alma de sete anos envesga por trás dos óculos verdes Para engolir a linguagem com pressa de chegar à idade adulta e então defenestrar Aquilo que é se mover em sua morada Difícil em cima da árvore que não havia Como criar palavras-pitangas Para descrever novas coisas E criar bancos-corais para as primas do amigo Aprender depois a suma receita de: Engolir os mares com nossa arrogância A janela do desejo em seus trovões De tentar escrever o sol cubista Mas não Olhar pela janela os sacis perfilados O cavalo fala dos filósofos loucos e faz seis asas de seis patas Tudo é memória

QUEBRADIÇO ORGULHO

Há o quebradiço orgulho de fazer relevos orais num palanque velho, como um leão de lata. Alguns assim sôffregos Entram na política. Ele, o ser, vai salivando com dissimuladas atitudes, e avança e se torna vaidoso em seu nada. No poeta o desejo de ser os confins, e assim enriquecer na noite os jogos das florestas que a mente tece e esquece, enquanto o sonho afaga... Há muita vida renhida no poético corpo de barro, embora a velhice seja faca. Apesar da pele do espaço breve nos órgãos do nosso tempo de rouca linguagem política.

NÃO ME EXTINGA

Não me extinga de sua mente  não me xingue de se(mente)  não me canse  não me benza  não me amanse  não me apense a teu processo  não me anexe ao teu tenso plexo  me adense dancing  não se abanque em minha banca  pois é vária em sua seiva/ceifa  me desescreva os restos  não me aperte e acerte  punhos leves breves  me abra e me erre  não me negue  cegue a lógica e mágica  pegue a trágica moda  de desamar entregue  esqueça os cômodos  divãs de vãs  câmaras louçãs  e mádida exclame  a anti-extinção da chama  e me ame veja  reveja esteja  ao centro e ache-me  e aja-me  não me extinga  nem aperte  de novo a seringa-desprezo na rocha do ser.

ENFIM...

Mais um motivo justo Para o Homem ter o fim. Assassinou-se...Estulto !!! Isso é coisa que se faça? Há maior desgraça Que o homem quebrar A taça de sua alma-falácia ? ...Então...o Que fiz ???

ESTRANHEZAS

Às vezes, dou cada pulo de pensar e não consigo enovelar as nebulosas do meu imaginar que não termina. As vezes, dou a impressão creme dental, e todos julgam que sou um domador de sorrisos, controlado ator. As vezes, desabo de cansaço de estar, planejo um roteiro ou livro e escorro rubro sobre a dor fina do estar. Consigo me ultrapassar escrevendo a história impermanente de coisas que trabalham e se divertem como ser. Possuo minhas estranhezas, dando pulos sem se mexer e remendando a ponte de madeira podre que me sustenta.