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Mostrando postagens de junho, 2011

UNIVÉRSICO

Palavras vão saindo em cachoeira. Uma cachoeira com buracos de universos. Dizem que cada palavra gera a beira Onde caem outras palavras.

AFOGADOS EM BELO TREMOR

Com o ser um pouco sonho. A morte deveria ser assim. Um belo tremor sem muito. Um belo robô com dúvidas d'ont. Com beleza azul-prateada-ôntica. Antes de atingir estilo (morte). E diga o verde-louro deste ser pelo que não explica o relógio onde seis corpos metralhados por motoqueiros jaziam deitados na via principal colhendo lágrimas das mães que todo dia botavam ração pros peixes dos aquários dizendo pronto, bebês, comam esta ração nova que comprei. Nem perfumado passo atreve Seu presente ser em beijos De toque cálido. Há jornais sobre o sangue no asfalto absorvendo amor desamor colados no pó deixado por automóveis e passantes aderindo desumanidades rascantes fezes de cachorros secando há dias rolando do canto das calçadas. Há jornais onde seis corpos flechados por índios montados em cavalos de ferro e ronco são afogados em sal de glândulas lacrimais esses seis corpos aguardando ambulâncias que sempre chegam com braços cansados que sempre vomitam

CABELOS DE PRATA

A minha Mãe. Seus cabelos agora são de prata. Seus movimentos sempre foram porto. Nos seus braços, quando eu era mínimo, Minha canoa aconchegava. Mas seu olhar ainda é tão rápido. Consegue ver todos os horizontes E intenções de navios. Nos rios de suas rugas,  ela guarda minha terra do nunca.