A Dona, Minha Parenta, Vende uma casa com tudo Da vida, como ela é nossa, Em carne, rubor e prosa, Soando em tábuas rangentes Vozes de loucos parentes Com seus pecados rotundos. Vende esta casa imunda, De conteúdo bem sacana E parentela sem prumo. Com gozos ao pé da escada, Revelando pés, virilhas, Incestos, taras, manias, E a nudez mal castigada De um anjo retraído, É esta casa formada De recônditos desejos. A Dona, Minha Parenta, Vende, mesmo a baixo preço, Seus caros, profanos, veios. Vende jogador e puto, Vende velho dissoluto, Vende pai incestuoso, Vende moça virgem-puta, Vende amante em pleno gozo, Vende moço na banheira, Vende cozinheira boa, Vende aeromoça, beata, Vende marido com saia E mulherão com biquini A passear pela sala, Té puta de Mancha Roxa, Vende moço arrependido E traída namorada, Vende moçoila lesada, Vende mulher costureira Com carne na geladeira, Vende dançador de tango Noivinha pronta, mãezona Com fogo no pé-da-cona. Mas pra não dizer que engana Eventuais compr