Oh gira o poema e torna a girar, Revira comigo, que, feito piaba, Aos teus pés de santa-diaba, Morena, pus-me a nadar! Meu poema ardido Por teu escândalo Tem jeito triste, Filosofando! Morena, morena, Só namoro, entenda, Pois casar é muito E vivo em contendas. Foi só conhecer-te, Levantou-se a grua, Minha sede intensa De chupar-te as luas! Meu desejo incendiou, E o luar ensandeceu-me, Por isso vulcões estouram Do solo que em mim fendeu! Tirai-me, Deusa, o tormento? -Não posso senhor Poeta. Onde a vida ao eu faz vento A morte a vida completa! Meus poemas derramaram. Minh'alma em lava ferveu. Mandei chamar-te, morena, Para cirandar sem véus. Meu vovozinho de Registro, Carregadinho de nanica, Fez bananada, raspou visgo, E tomou água da bica. Não te aproximes, ainda, Morena, pois, meu vovô, É fraco-fraco, fraquim, Num guenta o cheiro de frô! Oh gira o poema e torna a girar, Revira comigo, que, feito piaba, Aos teus pés de santa-diaba, Morena, pus-me a nadar!