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Mostrando postagens de agosto, 2016

CORPOSDECORPOS

Em movimentos tridimensionais surgem nossos caracteres na tela dos dentes do Tempo e tudo começa mordido numa sinfonia de envolvimento. Posso dizer: não sei. Ou sei. O Tempo  O Tempo. Os caracteres de nossas vidas nossas mortes pequenas e várias nossos controles remotos nossos fios antenas e mentes em MDF. O Espaço O Espaço sempre mínimo para o afeto para a pele com a pele o baú do dia-a-dia a amada no poste no sol do rosto na lua do corpo com suas sabedorias na mesa do outro corpo com farofa carne e apetites sem trabalho não se ganha a arte apesar de tudo com fome não se faz arte com sede não se faz arte mas a arte apesar sua leveza sobre nós corpos de corpos de outros corpos. Amém.

FINITO DO ODOR

Hoje só andar mole hoje só chutar pedras com o olhar  dilemas a aplacar medos de multidões aplicar cantos que expressem centrais lençóis hoje só somente hoje consigo hoje é meu objetivo remar no placar de pautas de amor a explicar inexplicáveis fontes bocas olhos como barcos emplacar o transitivo no que ressona e fere hoje e é hoje metástase do que nos sobra resta focar o que replica sem metafísica plaqueta do que nos sangra e zera sem meandros aplacar os ais no azul de ausente crânio hoje enfim me quereria calmo sem ventos sem pensares seguindo infinitamente no absoluto palco mínimo do acordar com dentes por escovar e disfarçar o finito do odor

A FLOR DA VOZ

Perde o seu feeling no dia a noite é vento à fronte folhas em luta na alma em rede a vida ao rés na estação um que não parou enfrentou a estrada e a própria crônica viveu como sonhou outra retórica

AGRADEÇO A QUEM

Agradeço a quem este penhasco Que ameaça esta alma sem sabor Causando um pequeníssimo fiasco De medo no corpo sem calor? Agradeço a quem esta molhada Sorte que vomita a meus pés? Àquele ser velho e de nada Que sacode o espelho através? Agradeço a quem esta alma ilhada Em vãs filosofias de cafés, Que entorta deduções destrambelhadas? Agradeço a quem se no viés Deste jogo de cartas inflamadas, A Morte diz: bati, um ás com dez!

A REALIDADE É UM CHORÃO

Libertei o quê das correntes. Libertei o proibido pensar das mordaças. Abri as gaiolas das gaiolas. E dei asas ao acumulado na consciência. E não ocorreu nada até que ajeitasse as câmeras. Até que ajustasse o foco. A luz. A sombra. O palco. Se trata de criar irrealidades dessa liberdade. A realidade é um chorão na beira do rio.

NO PAPEL SANGRANDO

Assim, o ataque. Os dedos na carne do papel. O papel sangrando. O tempo redondo. Mas há o velho modo. Carinhoso. Há a diferença. Como saber? Há muita subjetividade no papel com alma. Pele de alma há que se engrossa no papel. Pele há que se afina no papel. O papel geme mas só quem o acarinha ou esgana ouve. O poeta esse. Que põe as mãos e enxerga em outra linha Inversa e sonsa a veia do papel. E a destina tanto o carinho como o chicote.  Sair de um estado de escuros. Não é fácil compreender a luta do poeta e seu papel. O que virá no ouro da pós-orelha do livro Que está no leitor?