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Mostrando postagens de 2017

TUDO É E NÃO É NÃO

O que é confuso, Que recebe uso Mas também usurpa, Se equilibra E cai? Às vezes, chuta. E outras morre, vai. - Vai começar! Valente leão. E... um bom cuzão o amor quando às vezes vaza, faz canção e passa  como um canhão por sobre a flor do ser... - Ilusão de merda! Pergunta se não é motivo pra mais amar o amar? Pois tanta a esmaecida cor! Pois tanta a dor calada! - Brega! Talvez seja mais confuso O Homem do que o Amor Que nasce rechonchudinho, Como um vasinho de flor.. -Isso é um poema de andar.... Tem um belo sorrisinho Como a dona das rochas O amor quando encaroça... -Cacetada! poema-brocha! Vemos então suas costas Empinando os anais E a Amada com jeitinho Eterniza o que é fugaz. -Vai nessa! E se redobra o carinho, Vem beijinho, vem abraço, Com mais calor fica o ninho, E o amor fode embaraços. - Cazzo cazzo caralhazzo!

INCONSÚTIL

Foi quando saiu que irmanaram na gaveta pra sua morte as mil e uma letras sem comando prévio? Papel e caneta (ironia vesga) pediu, mas só teclas invisíveis ali pa(i)ravam (cavavam outro tempo). Lançou uma sombra na idéia dos dedos só pra alma gritar e juntar mais o corpo da vida.

CLAMOR TAMBORILANTE

Alimentam o poder deste tempo Ambições-metralhadoras Derrubando a pomba desnuda No beiral do Livro. O sangue traçando na vidraça Das mentes uma suástica esquecida. Não ouvem o clamor Pedindo o encontro Tamborilante do deus desconhecido.

À BEIRA

À beira do verbo fica, Isolado e lúcido, e depois criando com o semibreve corpo  uma música no corpo do papel À beira do verbo é solo escorregadio onde navega o papel, se distrai e sofre sua queda final, sendo levado seu farol num remoinho de linguagem, pra sempre pra sempre pra se.... talvez pra... talvez...t..

NÍVEL DE PoeSiA (PSA) NORMAL

A noite, encoberta de almas vomitando luas, Navega por oceanos de sonos e vigílias. A noite não é tão poética às vezes, E assassina Morfeu nos olhos. A noite boceja enquanto mira o exame, Que marca nível de P -oe- S -i- A normal Nos homens e  acha demasiado normal. Condenado às linhas mais um pouco.

ROER IRREAL

Nas periferias do ser Roer peles de memória Que se foram, Coinstruindo os laços Com as sonoridades Sem som, Naquele canto Não dessangrada a lenda Do amor, Ribombando as cordas, Semeando feridas, E mistérios fazem Batidas amanteigadas Na pele com tara De mitatoslogias. Nas periferias mulheres São-me sóis.

MINHA ESC

A escrita  em que concentro não sei se é de cá  ou de fora, se flui constante, ou se pára, indo embora. Em alguns minutos, o lábio do lápis/tecla nos soprará um tudo, sempre a versar-nos do nada.

FIM DO FORA

De versos em crise a casa que eu me fiz Ritmo infinito e mutante por dentro de mortes in(finitas) De ruínas a casa triste que eu me fiz clássica e moderna e mestiça Por fim o ser chegando à mesa quebrada No fim do fora o clarear que desfiz

O GANHO

Foi assim o ganho Antes da perda, Bebia o parágrafo, sinais exibindo Como ouro-papel, A letra ardia em gozo De beber um tempo doce e Fazia-se nos roteiros A pose, Dias e noites - personas Do ontem, mas onde o hoje? O hoje-angústia, como refleti-lo  No ser de ontens ladrilhado?

TRESPASSE

Se meu coração mais cagasse. Se meu intestino mais pensasse. Se o b(r)aço luar mais memb(r)açasse. Se esse vento solto aqui(v)e(n)tasse. Se meu rim n'o(rio)empedrasse. Se o meu pensar não ponderasse. Talvez se impuros terços Nestas rezas te me se... Te alcançassem...mas Lua baixa Meta lassa jaça Luáfora, minha Falácia..

AO LUAR NO CASTRO

Um vegetal não conseguia dormir, a avenida estava quase, o ar estava gélido, e ele avistou dois homens com um cão, aproximavam, pois, quem dera lhe dessem um cigarro de água ou dois. Um dos homens tomou a dianteira e arrancou o vegetal da raiz, que ficou sem esperança que lhe dessem um cigarro de água bom lascaram gasolina sobre seu caule, que iluminou a noite de súbito, o homúnculoutro ficou a contemplar as cinzas nas folhas do vegetal que voaram ao luar, chuvosas as asas de um anjo da guarda entregue a um pensar solitário no alto do Prédio Castro abandonara o vegetal passando a grafitar a cidade com frases em aramaico... ..não, em AMARaico...

O DES MATA

Na tela, desumanidades  zumbindo. A platéia é fantoche e ainda dorme acordada  esperando a moto com a droga delivery. A mão de um monge dobra  e se agarra à luz do foco. O Fulano Fu acorda a buscar  suada substância na luz que acaba. Um personagem de canto  não quer acordar. Sonha na Tela. No papel, a busca do Além-Território. No País Onde Enterram Direitos, ofertam pros Reformados Santos códigos sem benzimentos. Punem por amor. A Tradição do Des do In prossegue legal  nativa impermeável . O ator sobe na carroça.

PAREM OS DIÁLOGOS

(Parem os diálogos!  - Me passem aquele espetáculo  que está no outro lado da mesa?) - Mas é cozido de agora! - É. E daí. Máscaras Dada colam-tecem no palco olhares de vista fina  e cheiro de banheiro de suja pastelaria com um odor de esperma em corpos sutis com curvas como sinos e ouvidos lendo olhos ouvindo  nádegas museólogas de Velhinhas Lúbricas e Sapecas que cozem na cozinha aquele espetáculo,

EU QUERIA TE DIZER

Eu queria te dizer. Te observei  de um penhasco real ou de um fosso de papel desenhado por Crisântemo, um empetalado japonês, olhei um pouco abaixo de  onde há um anão gigante com safadeza nos olhos: eu, a te comer, Cleópatra, perdido numa revista de Carlos Zéfiro, de um museu antigo onde entravam poucos. A revista - um alçapão onde há desenhada uma nota musical que fode todas as linhas da pauta.

VENTO SALSO

Por vezes, voam palavras autônomas, quais aves-peste espíritos libertos, e deixam a sensação  de atravessar vitrais de vitrais  dentro de vitrais. A vida sendo doída face de igreja cariada. Há em mim o fervor de tecer religiões, destruindo-as depois. O caminho que sigo parado dá para um bar no lado onde a poesia é torresmática  servida com ovo cozido, e o espanto tem cheiro de alma com seios de santas de vitrais em movimentos sexuais.

TV RUIM

A TV fica ruim de repente E o primeiro canal Só aparece farsante, debaixo Insinceramente, do edredom. Baleando o amor à queima-roupa, Mostra a pele rasgando. A Morte lança dados. Conta os óbolos. Começa de araque, depois Não dá mais bolo. Temos Outros iraques no edredom. Balas com confeito de orgasmo.

DERMENETRAMO-NOS

Quando os primeiros balbucios  marcavam o prefácio do livro no início do opúsculo,  envenenados por editais infames. Quando gozos sem medida fugiram dias, anoitecendo-nos, nós ficamos, adaptamo-nos, e lançamos mão de nossa aliança, com todo poder concedido por nossas mães selvagens, amaciando as asperezas do abismo, equilibrando, num caminho de estar juntos, um pouco depois do calor das  pel/avras pelando elos, quando,  amada,  poemenetramo-nos, eternos.

APRENDIZ DO CAOS

Leva o poema para o templo de lama depois da chuva. É preciso sujar a insone limpa quina do verbo. Desliga-te dos afluentes limpos de rios de fluxos clássicos. Entrega-te aos versos caminhantes que dormem sob poluída foz. Peixes limpos perseguem a noite e a perdem, mas tu podes coral. E intranquilo e inquieto moldarás vômitos no caos.

POR NÃO TER VOZ

Depois dos mile-aplausos, dos puxas te levantarem acima dos calcanhares nos pátios das ladroagens, e os reinos te oferecerem cadeira com os Valentes, manda todos se.... E àqueles cooptados assinalados de cifras, se achando inteiradas  faces/claves retratadas em mesinhas de comando, falsas no tampo escarradas, manda que eles pro..... Poderás objetar por não ter voz ...vá se ou si.

APELO E DELEITE

Gemer inteiro, e tecer o crime de afagar-te os seios dois cisnes de sins. Enquanto ao não se entreabre o sim, amplo, e de graça, entro-te enfim. Bem sorri o tempo em carnal apelo. Nós raiz rizoma, pele e um só cheiro. Esperar que o tempo enriqueça o jeito. E que nos desenhe sem anexos.

O TALHE

Gosto assim, pois te ouço mais os navios e o cais, o talhe, onde as ondas batem corais na tela do PC. Assim, no disposto mar, me lembras na imagem a umidade de algas sexuais, a acalentar desejos-cascos. Teu sorriso marca como o azul aberto. Assim, fenda de tempestade, teu perfil cutuca icebergs, a Lua a se molhar na espuma.

SORRIEM OS MORTOS

Os mortos sorriem pela milésima vez nos longos casarões, perfilados no pensar nas missas e bentinhos, e seus dentes são brancos (não são podres) e cheiram a amarelo, não a flores roxas, porque foi com velas que mãe pensou e a luz se fez nas coxas  da vida antes dos mortos sorrirem.

ERA E ASSIM SE FEZ

Era uma vez numa biblioteca, uma dor entre os marcadores. Lá fora a tirania  querendo entrar e queimar. Há um sentir concentrado nas dread-árvores do Anilinas. Não falar mais com as estrelas. Ora, direis. Nem com o ventar. Mas não posso parar. O mar enfurece. Ler Sempre mais poe-esperança. Devo confiar na bonança Mudando a cena em seu furor? Cada ser fez-se tempestade. Mas há um amor concentrado nos esforços de estopinha puxando um dread  da árvore-anciã.

COTIDIANO EM PÉTALAS

Cavando a vida, embora. Primeiro passo: sorver o sumo,  estendendo o sol nos lábios. Nadar o ser, segundo passo:  nas ondas tristes, cantar  sobre espinho-pétalas de luar. Nas minhas águas nadam verbos de sal e espanto. O dia em seu eixo é revolto, nele forçamo-nos, dopados de alegria e morais. E de infinitos soltos, oram deuses mortais.

NAVEGANTE

Sou navetea(n)tre e bendigo Meu mapa que azul assinala O sul-púbis da escrita-palco, Onde desejos se calam No início e fim, escadas Embebedando desejos Na trave do foco. Rolando o ser no estar, No aqui e ali brincar, Brincando o gralo, singrê-lo, A seu grande mar se dar, Salvar como azul dizer Na pele tateando gorjeares.

APÓS PRÓSPERAS VESPAS

Após o sacrifício, No tempo que escal- Pela  um no outro: Ele e ela e o vício. Olhar estarrecido Ao que lhes entronca, O paradoxo incrível E a bronca. Nas máscaras vividas, Prósperas memórias Nas vésperas, sexo De cócoras. Pausas estiradas Hoje, vis, consomem O sonho em coma Dela e de seu homem.

PARADOXO DO TEMPO

Como em mim morrer, se estou nascendo? Como procurar, se nem me achei? No galho caído, mil dormentes Dão peso nos trilhos do que sei. Como me sentar, se nem cheguei? Como conceber, sem valimento? Como acordar, se adormeci? Como em mim ser bolo sem fermento? Como florescer da dor, cão-mito Que na alma inteira dá mijada? Como nestes pés fugir do tempo? Se é mais veloz quem fez a estrada? Como mais beber se a sede espaça? Viver - tecer a volta ao pé da escada?

TRONO

Somos donos do que é nosso pode ser que um dia o sol dê físsil passo Existem drogas no ser algo que  logo viciam mas seja e se dirija Não se erga se achar-se em pé sinta a brisa e avance

ÁGUAS IMERSAS

Chegando às águas imersas, Molhai o corpo com afeto, E reabri os poemas Do tutano em vossos ossos, Bulindo os tesões de Atenas. E com carinhos gozosos Que oceânides vos banhem, E no amor vosso, tormenta, Faça com suas escumas Mais eróticos momentos. Assim, mergulhando dentro, Figurando, buliçoso, No aceso ventre às deusas Mostre o vosso amor brioso Feito em águas fervorosas.

PÉ DE EGO

Montar esse poema infrene que me expele ritmando. Vencendo o medo da "musga", montando em sua corcunda, cair mil vezes do céu, levantar da linha imunda. Montar o verso sem medo de mostrar sua banguela, revelando a cárie vera, sem medo de usar personas montadas na instável fera em gerúndio e dipirona, Montar, cavalgar seu ego que do escandir se assenhora no equilíbrio que o difere. Desmontar seu superego, enchê-lo de ondas canoras, e ocultar seu pé de ego.

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GATO PRETO AMARELO BRANQUELO O gato pretinho De olhos castanhos Só gosta de queijo Comido no banho. O amarelinho De olhos vidrados Só gosta de rato Com rabo malhado. Já o branquelinho De patas cinzentas Adora peixinhos Com sal e pimenta.

TUDO COMO AS UVAS

Tudo passa, uvas passam. Ilusão em poças frias, E o tempo adentrando a casa Bebe a noite, come o dia. O velho rosto no espelho. É quando o duplo nos mente E ilusórios tecidos Enrugam-se bem de frente. Dores de espelho derramas, Se beleza dava alarde, Hoje não mais se proclama, Vem manhã e logo é tarde, Mal se acorda e vem peleja, Escuro o encontro no claro.

RISCOS

Busquei criá-la em bom tamanho. Ano passado, longe a caverna. Sei que personagens são difíceis. Então, olhei. Levei o dedo, teclei. Criei a fonte maior que a moldura. Sem detalhes. Fora do ar Seu vulto com livre paisagem. Eu me disse assim: -Uma frase a não-ser sendo. Isso. Superior beleza na ausência. No hálito com dentifrício de ficção. Nas axilas das letras crespas numeradas. Nas varizes dos confusos períodos curtos. Faço cons/letra/ções em sopas. Pelo código súbito teço orvalhos. Dos olhos em branco papéis faço, Cozidos. E embaralho o pensar pra que não finde O mistério do existir em refundar-se.

AMORFA MÁSCARA

Amorfa máscara à cara, Devendo elos, selando A gula ácida em valas Que o dia vai re(valando). O perfil flácido e perverso Do ser dissimula os versos, Embora o dentro os desdiga Por curtir o desconexo.

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CHAGA DE PEIXE

Aquele peixe caído agora na peixaria, detesta o que é do mar,  só come o que é porcaria. Gosta de um salgadinho,  come insetos  e é ascético, e está apaixonado  por um animal doméstico, quase de pelúcia a gata. Só uns poucos sabem  dessa chaga peixosa. É o último marinho  daquelas plagas. Todos o acham escamoso . Gosta de arte, poesia,  caipirinha, feijoada. Prefere um sol bem cheio. Ou uma lua rajada.  A lua cheia o enfada. Tudo o que é peixe maldito acaba em sua mesa.

TRISTE VERDADE

Imaginou o som de bandolins ao notar a verdade solteira triste na soleira. Então, cantou como nunca cantara uma canção nascida no útero de outro século. A verdade veio. Se aconchegou grávida de seguidores natimortos .

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LENDO CUBA

Cubatão, atenta, E deixa eu ler-te  A sensualidade De moça de cócoras A brincar no óleo dos rios, Engrossando as coxas no dobrar do talhe, Pitos acesos nos cantos dos lábios. Em teu pescoço, leio a artéria verde Intensa de lírios. Acima do peito, leio-te o desejo, Nas tuas costelas beijo Sonhos de bem mais. Perto de teu baço, leio o luxo e o traço Nos largos imemoriais Onde a elite dantes bem se deleitou Filando o café quente com biscoito Pertinho do umbigo, leio Miquelina Que acendeu as luzes de sua morada Onde após seria o velho Anilinas. Leio mais, descendo o sul de teu corpo, E avisto povos fortes dos sertões Vindo para a indústria e se amalgamando À biodiversa cor cuipataense Das rodas dentadas marcando riquezas. Enxergo em teu sexo de delícias Festas de aldeia, blandícias, Com seus braços amplos, em passo gozosos, Índias, portuguesas, nordestinas, outras, Temperando o solo com sua alegria, E nos teus joelhos leio o sempre fé

DE MINHA LAVRA

De minha lavra martelo perverso intrigando a fábula. Eu me espero nesta gigante solidão. Com fragilidade nos dentes, devoro frases selvagens cariando de ouro a boca. Como só me encontras nas nuvens da fábula, permito que me vejas, deste galho frágil onde pousas, linda como o canto das palavras chamuscadas e vivas.

POEMA DE MIM

Entre trovões e relâmpagos, fingia estar  numa tragédia de Sófocles, frente à faca das arquibancadas, onde olhos moravam de pupilas raiadas  a mostrar faces inusitadas. Disseram-me que não eram tão assim quanto o meu medo os fazia, e que eram em verdade  belos olhos e que não nutriam pelo palco  grandes ódios. Eram olhos  que há muito tempo  miravam  ene terremotos e  ritos  pândegos de viés. Convencido, como a voz  de uma gralha de vidoeiro, banhei-me na charneca onde,  quebrando-me e rindo, me fizeram cair os olhos e  meu casco-cosmos se quebrou. Tive de colar e explicar  o poema e este ato foi meu supremo pecado. Fui condenado  e suspenso por segundos  da que sempre melecara. Sempre me imaginara  a réplica vitrificada  de um Verso  sem carnes. Quem me vê  assim cantando  não sabe o Poema  de mim. Da máscara, eu sou  coadjuvante e dentro.

SUI FINDAM

ser poeta etc etc etc sobre o mundo e si no lago do tempo é urrar nas bolhas- espaço do ser e seu aço dos pés por di- as usando fingeres como sapax versos e passar inventando a dor de além do bojador etc etc etc uns frágeis frades-sapos sui- findam frases em liturgias-tchibum !!!

CAPÍTULO

O capítulo era imenso e cheio de verdades inadmissíveis. Seu arco acertava ouvidos e dizimava tranquilidades. Uma mosca guardava-o por entre cordas acres. Todos pediam clemência quando capitulavam.

água dos olhos

De poemas faço a água dos olhos Com que a alma vigia de dentro, Enquanto há domínio do não Latindo lá fora, Teclo meu ser com água em fios De espanto nestes escaninhos do estar, Onde há febre nos raios E pneumonia nas tempestades, Enquanto preta late lá fora E eu tecendo palavras De estar quadrado num buraco redondo Com meu apagar de realidade Enquanto lá fora preta late Pela escrava hora do passeio E um poste espera ansioso Que ela o cheire sofregamente Até que ele entorte de cócegas Esquecendo a lei do silêncio Das coisas sem sopro

NA LUA SONHO ESPELHADO

Quando era menino, queria ser astronauta. Hoje, só quero viver no bar da letra azul. O que fazes a esta hora no bar? - Escrevo com tinta de tempo a mulheres com promessas nos olhos de Renascença. Quando era menino, queria fotos de atrizes. Nas revistas de minha mãe. Para brincar nos escurinhos. - O que fazes aí dentro, menino? - Esfrego a mim mesmo pra ver se enxergo um pouco mais.

LUZ E PÁSSAROS NA BAILARINA

Há luz em teus movimentos. As tuas mãos e pés voam, Passaradas Pintando úteros no espaço. Cores colorem olores florem Quando num pé só voejas. E se flutuas nas puas do ar, Dás encanto às moléculas que se juntam Num impulso de recriar o universo. Vejo árvores e cortes de seivas No mito vegetal que instauras. Bailarina, bailarina, Olha ! Quantos deuses tu revives Com o corpo em que rimas !!!

CHAVE DE CADEIA 2

Vê se baixa essa beretta, por favor não se intrometa, porque minha alma é livre como a cauda de um cometa, coisa inteira, coisa meia, que é vazante e maré-cheia, seja sangue ou seja a veia, só se aproxime disposta a ser chave de cadeia. Vê se baixa essa beretta, por favor vem, se intrometa, porque minha alma é frágil como bala de espoleta, se eu morrer no fim do morro pode crer que é coisa feita, que é vingança de mulher por excesso de "bu !!!..ce tá  me ouvindo?",  ou traição  por despeito ou por falseta. Vê se escreve na prancheta, por favor me livre a treta, porque tenho muita fé no amor por ti - "beretta" -, e se te beijo te como com pimenta malagueta, mas antes eu te mastigo no bar de Dona Capeta. Só se aproxime disposta a desordenar retretas.

ERVAS SEM LIRISMO

Vou falar-te então, metaforizando: A letra é um mamão que como babando. Minha alma obstou o ardor que tinha. Por outra, dependo de sumos de vinha. Meu sonho abriu-se todo em ceticismo. Florescem no escuro ervas sem lirismo. Fui no poemiatra que assim me falou : Sou um caso raro de ser sendo em soul. Quando à noite encolho, feito sombra em claro, todos os instintos  no papel disparam. E me surgem bolhas na derme do estar, e as ponho no poema pra desinflamar.

NÉCTAR AO MAR

Lambi com a íris  o sol acima das espumas. O néctar ao mar com peixes e anêmonas de sonho. Joguei a íris na cama.  Depois, acordei, no rosto o suor do mistério.  Aí, nadei no papel.

RASGA-MORTALHA inspirado em poema de Edgard Allan Poe - The Raven (O CORVO)

Meia-noite? Pouco mais. Tava zonzo, sem noção. Folheava um pornô raro... Carlos Zéfiro! Não leu? Meu olhar em gozo armado debulhava sobre a mesa. “Ouço o som do interfone!” A dor na espinha excedeu. “Quem toca meu interfone? ...Não é nada, penso eu. ...Impressão de quem bebeu.” Foi no final de setembro. Meu aniversário, eu lembro. Não paguei a luz. E angústia ao meu peito arrefeceu. Ansiava logo o dia. Essa noite me soprava Na verve desmiolada poema que me fendeu, Lembrei dela, bati uma. Se chegasse alguém fudeu. ....O gozo me entorpeceu! A cortina na vidraça balançava, piorando Minha instável arritmia, que o medo reviveu. Ouço de novo o interfone e a preguiça se vai... “É uma cliente atrasada que o horário esqueceu??? Mas massagem a esta hora???Meu coiso já amoleceu. Puxo a braguilha. Doeeeeuuuuu!” Corro e ponho a chave e falo antes de abrir a porta: “ Moça, perdoe a demora, quase a chave se perdeu. Estava morto de sono, e o interfone está tão fraco. Exte