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Mostrando postagens de outubro, 2017

TRESPASSE

Se meu coração mais cagasse. Se meu intestino mais pensasse. Se o b(r)aço luar mais memb(r)açasse. Se esse vento solto aqui(v)e(n)tasse. Se meu rim n'o(rio)empedrasse. Se o meu pensar não ponderasse. Talvez se impuros terços Nestas rezas te me se... Te alcançassem...mas Lua baixa Meta lassa jaça Luáfora, minha Falácia..

AO LUAR NO CASTRO

Um vegetal não conseguia dormir, a avenida estava quase, o ar estava gélido, e ele avistou dois homens com um cão, aproximavam, pois, quem dera lhe dessem um cigarro de água ou dois. Um dos homens tomou a dianteira e arrancou o vegetal da raiz, que ficou sem esperança que lhe dessem um cigarro de água bom lascaram gasolina sobre seu caule, que iluminou a noite de súbito, o homúnculoutro ficou a contemplar as cinzas nas folhas do vegetal que voaram ao luar, chuvosas as asas de um anjo da guarda entregue a um pensar solitário no alto do Prédio Castro abandonara o vegetal passando a grafitar a cidade com frases em aramaico... ..não, em AMARaico...

O DES MATA

Na tela, desumanidades  zumbindo. A platéia é fantoche e ainda dorme acordada  esperando a moto com a droga delivery. A mão de um monge dobra  e se agarra à luz do foco. O Fulano Fu acorda a buscar  suada substância na luz que acaba. Um personagem de canto  não quer acordar. Sonha na Tela. No papel, a busca do Além-Território. No País Onde Enterram Direitos, ofertam pros Reformados Santos códigos sem benzimentos. Punem por amor. A Tradição do Des do In prossegue legal  nativa impermeável . O ator sobe na carroça.

PAREM OS DIÁLOGOS

(Parem os diálogos!  - Me passem aquele espetáculo  que está no outro lado da mesa?) - Mas é cozido de agora! - É. E daí. Máscaras Dada colam-tecem no palco olhares de vista fina  e cheiro de banheiro de suja pastelaria com um odor de esperma em corpos sutis com curvas como sinos e ouvidos lendo olhos ouvindo  nádegas museólogas de Velhinhas Lúbricas e Sapecas que cozem na cozinha aquele espetáculo,

EU QUERIA TE DIZER

Eu queria te dizer. Te observei  de um penhasco real ou de um fosso de papel desenhado por Crisântemo, um empetalado japonês, olhei um pouco abaixo de  onde há um anão gigante com safadeza nos olhos: eu, a te comer, Cleópatra, perdido numa revista de Carlos Zéfiro, de um museu antigo onde entravam poucos. A revista - um alçapão onde há desenhada uma nota musical que fode todas as linhas da pauta.

VENTO SALSO

Por vezes, voam palavras autônomas, quais aves-peste espíritos libertos, e deixam a sensação  de atravessar vitrais de vitrais  dentro de vitrais. A vida sendo doída face de igreja cariada. Há em mim o fervor de tecer religiões, destruindo-as depois. O caminho que sigo parado dá para um bar no lado onde a poesia é torresmática  servida com ovo cozido, e o espanto tem cheiro de alma com seios de santas de vitrais em movimentos sexuais.

TV RUIM

A TV fica ruim de repente E o primeiro canal Só aparece farsante, debaixo Insinceramente, do edredom. Baleando o amor à queima-roupa, Mostra a pele rasgando. A Morte lança dados. Conta os óbolos. Começa de araque, depois Não dá mais bolo. Temos Outros iraques no edredom. Balas com confeito de orgasmo.

DERMENETRAMO-NOS

Quando os primeiros balbucios  marcavam o prefácio do livro no início do opúsculo,  envenenados por editais infames. Quando gozos sem medida fugiram dias, anoitecendo-nos, nós ficamos, adaptamo-nos, e lançamos mão de nossa aliança, com todo poder concedido por nossas mães selvagens, amaciando as asperezas do abismo, equilibrando, num caminho de estar juntos, um pouco depois do calor das  pel/avras pelando elos, quando,  amada,  poemenetramo-nos, eternos.

APRENDIZ DO CAOS

Leva o poema para o templo de lama depois da chuva. É preciso sujar a insone limpa quina do verbo. Desliga-te dos afluentes limpos de rios de fluxos clássicos. Entrega-te aos versos caminhantes que dormem sob poluída foz. Peixes limpos perseguem a noite e a perdem, mas tu podes coral. E intranquilo e inquieto moldarás vômitos no caos.

POR NÃO TER VOZ

Depois dos mile-aplausos, dos puxas te levantarem acima dos calcanhares nos pátios das ladroagens, e os reinos te oferecerem cadeira com os Valentes, manda todos se.... E àqueles cooptados assinalados de cifras, se achando inteiradas  faces/claves retratadas em mesinhas de comando, falsas no tampo escarradas, manda que eles pro..... Poderás objetar por não ter voz ...vá se ou si.

APELO E DELEITE

Gemer inteiro, e tecer o crime de afagar-te os seios dois cisnes de sins. Enquanto ao não se entreabre o sim, amplo, e de graça, entro-te enfim. Bem sorri o tempo em carnal apelo. Nós raiz rizoma, pele e um só cheiro. Esperar que o tempo enriqueça o jeito. E que nos desenhe sem anexos.

O TALHE

Gosto assim, pois te ouço mais os navios e o cais, o talhe, onde as ondas batem corais na tela do PC. Assim, no disposto mar, me lembras na imagem a umidade de algas sexuais, a acalentar desejos-cascos. Teu sorriso marca como o azul aberto. Assim, fenda de tempestade, teu perfil cutuca icebergs, a Lua a se molhar na espuma.

SORRIEM OS MORTOS

Os mortos sorriem pela milésima vez nos longos casarões, perfilados no pensar nas missas e bentinhos, e seus dentes são brancos (não são podres) e cheiram a amarelo, não a flores roxas, porque foi com velas que mãe pensou e a luz se fez nas coxas  da vida antes dos mortos sorrirem.

ERA E ASSIM SE FEZ

Era uma vez numa biblioteca, uma dor entre os marcadores. Lá fora a tirania  querendo entrar e queimar. Há um sentir concentrado nas dread-árvores do Anilinas. Não falar mais com as estrelas. Ora, direis. Nem com o ventar. Mas não posso parar. O mar enfurece. Ler Sempre mais poe-esperança. Devo confiar na bonança Mudando a cena em seu furor? Cada ser fez-se tempestade. Mas há um amor concentrado nos esforços de estopinha puxando um dread  da árvore-anciã.

COTIDIANO EM PÉTALAS

Cavando a vida, embora. Primeiro passo: sorver o sumo,  estendendo o sol nos lábios. Nadar o ser, segundo passo:  nas ondas tristes, cantar  sobre espinho-pétalas de luar. Nas minhas águas nadam verbos de sal e espanto. O dia em seu eixo é revolto, nele forçamo-nos, dopados de alegria e morais. E de infinitos soltos, oram deuses mortais.

NAVEGANTE

Sou navetea(n)tre e bendigo Meu mapa que azul assinala O sul-púbis da escrita-palco, Onde desejos se calam No início e fim, escadas Embebedando desejos Na trave do foco. Rolando o ser no estar, No aqui e ali brincar, Brincando o gralo, singrê-lo, A seu grande mar se dar, Salvar como azul dizer Na pele tateando gorjeares.

APÓS PRÓSPERAS VESPAS

Após o sacrifício, No tempo que escal- Pela  um no outro: Ele e ela e o vício. Olhar estarrecido Ao que lhes entronca, O paradoxo incrível E a bronca. Nas máscaras vividas, Prósperas memórias Nas vésperas, sexo De cócoras. Pausas estiradas Hoje, vis, consomem O sonho em coma Dela e de seu homem.

PARADOXO DO TEMPO

Como em mim morrer, se estou nascendo? Como procurar, se nem me achei? No galho caído, mil dormentes Dão peso nos trilhos do que sei. Como me sentar, se nem cheguei? Como conceber, sem valimento? Como acordar, se adormeci? Como em mim ser bolo sem fermento? Como florescer da dor, cão-mito Que na alma inteira dá mijada? Como nestes pés fugir do tempo? Se é mais veloz quem fez a estrada? Como mais beber se a sede espaça? Viver - tecer a volta ao pé da escada?