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Mostrando postagens de novembro 5, 2012

CUSTA CUSTA CUSTA

Custa muito a lucidez tanto quanto a honestidade custa pagar todo mês custa o peso da idade custa amar desamar custa o engano da inverdade custa os olhos que não amam os corpos que não se invadem por diferença de anos ou por medo de arriscarem custa andar sem vontade voar sem asas sem ares custa acordar no catre custa dormir na cidade custa se entregar ao roubo custa o preço da verdade custa a amizade justa que com amor faz colagem o amor à primeira vista o amor só de passagem custa viver para a morte sem preparar a viagem custa seguir sempre em frente quando tudo se faz tarde e aceitar a falsidade grande nas coisas pequenas custa findar o poema como custa custa custa

ESCREVER CHEIO

"Não temamos enfrentar novos públicos, antes porém enfrentemos poltronas vazias" Foi Dioniso que jogou essa uva na minha lagoa de letras fermentadas. Jogou com toda a força que fez tremer Téspis em Delfos. Para representar cheio, começar escrevendo no tanque onde o vinho da palavra nasce.

RECEITA DE ESCRITOR PROFISSA

Escritor que faz palestra  dá receita de poesia de romance  de conto só não dá receita de blasfêmia,  matéria-prima do que se pretende fundamental para cuspir na cara da literatura convencional de vez em quando ou em sempre. Escritor profissional que precisa ganhar dinheiro dando parcelas de seu saber que não é nada contra o saber da vida e da morte e do bar diz que literatura se faz com medidas que a poesia tem trinta centímetros que o conto tem quarenta e que o romance tem trezentos depois ao final com remorsos diz que o que vale é tomar um porre de respiração. Escritor profissional que precisa mostrar caminhos pois já passou da idade sabia o sentido e o cheiro da blasfêmia só que já esqueceu. Eles detestam Clarice.