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Mostrando postagens de novembro 21, 2013

PONTAS DOS DEDOS

E os jornalistas faziam perguntas suspeitas e os bandidos se regozijavam quando os jornalistas vendidos perguntavam sobre o motivo do verde ser a cor preferida da vegetação ou sobre o motivo da estátua da Justiça pegar a balança com nojo pelas pontinhas dos dedos ou sobre os emancipadores no cume do obelisco Quando o juiz se moveu da cadeira os bandidos tremeram um instante mas fingiram bem a tremida fingiram bem o olhar e o juiz não percebeu o medo e pouco lhe importava isso comparado com crime dos bandidos Tudo estava meio tenso até quando uma folha de papel em branco deslizou sobre o assoalho ajudada pelo ventilador Foi quando a vítima dos bandidos pegou o papel em branco  envenenado de poemas escuros, dobrou em quatro pedacinhos e entregou a cada um de seus quatro filhos, pois ela bem sabia da frequência com que seus filhos iam ao banheiro Tudo estava meio em suspenso e ninguém percebeu o pensamento imperceptível da Justiça querendo largar a ba

LÍNGUA DO MEU PENSAR

A língua do meu pensar lambe o que cata o olhar. A língua do meu pensar lambe o que toca ao me ler. A língua do meu pensar lambe os joelhos do canto. A língua do meu pensar lambe a coxa do anseio. A língua do meu pensar lambe o sol a lua o mar. A língua do meu pensar lambe a mente em receio. A língua do meu pensar de lamber mói a lombar da frase mandibular. A língua do meu pensar é o que penso e deduzo para no pó me expressar.

ACHAQUE CHOQUE ROUCO ROCK

U m tem chique a chaque . Outro chuta em choque E checa a guitarra. Um achata a xícara. Outro leão de chácara. Sou um cantor rouco, Mas confie, loque. Rouco também Canta rock.

CACHOEIRAS DE SIGNOS

Incendiara os escuros No braço claro da manhã. De madrugada, andou sobre as águas, com folhas ao pé, em cima da ponte do rio-eu. Subiu pelo papel, a tempo ainda De aperfeiçoar e cultivar letras no forno. Havia tempo para o princípio do canto E de escutar o pé-no-sacro "era uma vez".