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Mostrando postagens de julho 20, 2015

SILÊNCIOS NÃO SÃO MAIS TÃO INOCENTES

20 DE JULHO DE 2015 SILÊNCIOS NÃO SÃO MAIS TÃO.... O tigre perde o sonho e a esperança, meu ninho se esfarela neste claro, como uma barragem destruída no avanço, dando espaço para o golpe. A astúcia de ser bom padece um pouco, o tigre e o seu rajado dão o mote, canalhas urubus vem a galope cobrar pedaços bons de nossa carne. Na Europa, sombra densa e vento forte, na tempestade do euro fazem fúrias, aqui sobram juízos muito infames, e o tigre ruge mais e, velho, tosse. Levanto a direita mais à frente, protejo com a esquerda o que retorna, a fala me desanda e fere as normas, silêncios não são mais tão inocentes, e a alma do poeta perde a forma sob a violência das notícias que sangram nas manchetes que adornam a sempre insondável roda-viva

MEU REINO VOS OFERTO

..Estou imerso no poema E aqui faço-me rei de ouros De um reino enorme. Registro sentimentos como coisas E coisas como sentimentos, Com o poder de tocá-las Com mente e coração e dedos. Daqui, de um lugar bem alto, Salto sobre dores e amores Com asas mal coladas, Exercendo o vão direito do desleixo. Caio sobre terras Costuradas com sonhos de volúpia E ali sou assistido por deusas insones De ninhos marinhos que no poema gero. Dou a estas as cores que desejo que tenham. Engendro um exército de crianças No verso que quero, inicial ou final, Para que me defendam com sorrisinhos pontiagudos. Neste poema, meus mortos ceiam comigo Lado a lado com meus vivos que morrem de rir. Comemos Vida e bebemos vinhos de Esperança. Aqui sou bom perto das Mãos. E sou perdoado ritmicamente. Preciso das coisas e pessoas que aqui gero Pois sou frágil e dependente como um cão. Elas permanecerão aos olhos de quem queira ver. Preciso das pontes que aqui construo e derrubo Ao transporte de poeira lírica à alma fu

CARCAÇA SOBRANTE

O homem e o mar de estar com tempo escasso, gorduras, lassos ossos, ondas de morte sem espuma, pretensões de dominar o espadarte de cada dia, amarrar os ruins a canoas, arrastá-los no ossário pestilento da rampa exibida fora do mar tranquilo deste sofá, onde é nula a resistência; os tubarões são insones no planalto das cifras da FGV VGF FVG GVF GFV, cheirando pó nas festas, pó de desumanidade; amarrar então a alma à canoa, preferível as sereias, sejam sérias ou de entreter à beira de uma história que te arrasta fundo ao fantástico, focinho nas luzes cegas; a solidão deste alto-mar fictício, quem o conhece, ó velho, como tu? ............................................................ Ingênua a esperança que trazes nesta tua vaidade cômica, como este rubor ao que desconheces; não há mais não querem mais a Arte, na busca servil dos Amigos que ofertam o Produto Superior; temem-te as rugas do pescoço, canaletas de amargura, erosões sem chuva, cancros de desânimo, manchas de des

CADEIRA DO TRONO

O dia vem, a noite vai, uma rede de sensações, culpas, luzes, escuros, e quem tem a mão no som, nas imagens, desliza com/sem cuidado, o vômito do anjo da guarda espionado sobre várias cabeças amarelas, a noite cheira a própria inconsciência, seres marcham à busca do gozo, saudades dos seios sem desespero dos primeiros anos Muitos batem à porta e querem sair, mas perderam os gestos, embora a chave, as lâmpadas os atraem, as letras ofuscantes, o luar, bêbado de raios prateados, e...para que/quem serve mesmo a cadeira do trono?