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Mostrando postagens de julho 14, 2016

DANÇANDO O ESPAÇO

Com um furor  Nas lascas do dedo, Com anseio morto, Borrei-me no verso. Urgia a ressurreição dos Versos para os cabelos do lápis, Após assumir o cheiro De mudanças constantes. Mas por estar sempre mudando, Por vezes, deixo o tempo, E danço o aço no espaço. A sós.

TORTO EM TEMPO

Por instintos de instantes, Tecemos facas amoladas em fogo Sobre o amor de medo e paina A cada vez que declaramos Dores de instante a instante, E assim variadamente Aprofundamos sem pele O relógio torto da consciência De se entortar de mentiras

MITO VOYEUR

Dálias de ouro,  em sol líquido, chupando árvores  no corpo do vento. O mito, a se desprender  das ramas, voyeur despetalando o olhar  em  mirra, incenso  e corpo em memória.

FOGO E SAL DOCE

Gerânios,  cabeleiras rubras, escancarada beleza,  celeiro de chips-dragões na aurora  do amor. Mulheres que moldam mosaicos nas vitrinas de notebooks soldam céus com sons de fogo e sal doce.

SOBRE AS ONDAS

Num inexato instante Desfiando Mágoa flutuante Mas sem tento Naquela sua nudez De ilha  A adormecer Pulou o amor de vez Sobre  As ondas E em nascente ferida Tatuada  Na virilha-coração Fez-se prisma Distante Ainda a quilha De Caronte

SOMOS SI

Lá fora mais uma morte. E sinto-lhe as asas rente Enquanto os pecadores Posam para a foto Do Grande Peixe. Dentro do ônibus o medo. O piloto quer parar. Ninguém sai de si. Somos cidadãos. Somos Si. A morte também está dentro. Quer chegar logo.