Delírio sou, sem lírio, entende? Arrepio sou, sem ter o frio. Cheio de mim, porém ausente. Calor por ti, fora do estio. Sou pouco mais que pouco menos. Não sou tão bom quanto desejo. Nem sou tão mau, quanto me pedem. Sou sonho rente, porta e ramo, Tento alcançar-me, ponho gana Mas se me pego é por fiapos. O ser me foge, mal me ganha Com seu jeitinho de palhaço, Me embebedando em langues sons, Com sua verve de violões. ....Só o que sei: escalar os dias, Tropeçando embora em seus buracos. Não tenho mais lição a dar. Sou isso.