PAIXÃO PASÁRGADA

No meio do caminho fiquei estabanado desviei da pedra andando de lado Minhas retinas de fato tinham demasiadas imagens pesadas como o diabo

o rio que passa pela minha ideia nenhum é igual se fosse igual não sairia um poema fenomenal que sai por aí volta e meia fazendo festa rezando oração desconexa com ar de maluco beleza se cavalgando

soul como soul alma plena de almas solo sol altura donde me caio transferidor com passo à custa de emoções postas da vida pro computador transferível também sem medida possível enganador como a verdade sou como sou ATOR- qu- ATO

Não sou tão bom escritor quanto gostaria se tivesse tempo de ser a mim mesmo verossímil de alma pequena como um empenho de vaidade fora de hora se houvesse a possibilidade de um ser estar fora de uma hora qualquer mas como cada um de nós está dentro de uma hora e suas subdivisões não tenho sequer tempo de avaliar-me

Apesar das paixões suscitadas por este tema,  nós acreditamos  que uma reavaliação  dos achados  das escavações mais antigas  e das contínuas descobertas feitas pelas recentes escavações  deixaram claro que os estudiosos devem agora abordar  os problemas das origens a partir de uma perspectiva poética de escavações imaginárias nos moinhos de vento. Sei que antes é preciso se libertar dentro da caverna que eu inventei para amar com mais tranquilidade a Carne-em-Palavra de uma maneira primaveril mesmo antes da colheita no açougue da obra.

Vivo, sei que até um tanto. A morte é pra quem vive. Vou secando no varal da estrada Minha poesia esticada, S acrossanta e  freudiana. Nunca confundi Uma mulher com um chapéu.

Hei de elogiar a loucura quando parar de enlouquecer e fechar a sutura do ser Hei de elogiar a loucura quando deixar de rasgar-me e soltar o ríctus do charme Hei de elogiar a loucura quando parar de exercê-la em alma mole  e carne dura

Fermento dentro o escuro Verso fora Precipício a palavra que não esclarece o escuro

Ser do espelho os olhos O sangue circula até cansar Atormentado o caminho da areia no deserto-ser

Morrer é estar sempre na memória Viver o relógio o rio sempre outro no pisar Nunca parar os pés