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Mostrando postagens de julho 28, 2015

LEITOR

Ele entrou no livro. E precisa comprar pão. Sua mulher pede. "Amor, vai na padaria." Ele sai do livro entre um substantivo e um verbo. E vai buscar dinheiro para depois comprar pão. Embora tenha tomado cuidado, Sua roupa está suja de acentos e conjunções. Vai comprar pão. Depois, voltará a ler. Todos sempre voltam. Sina de quem entra é não sair jamais. A não ser pra atender a voz do amor.

MENTIRA

Minha mente está agachada debaixo do coração só por um momento enquanto passam aviões de papel Minha mente está agachada debaixo do coração só por um momento enquanto passam aviões de papel no fígado Minha mente está agachada debaixo do coração só enquanto escrevo a palavra trativelindepraglutifitotinquelux e enquanto caem incendiados os aviões de papel nos rins Minha mente está escondida debaixo do músculo cardíaco enquanto preparo um romance festivo cheio de pequenas fábulas tristes enquanto leio aquela palavra e enquanto o fogo cai do céu de mim Isso não é um poema pra ler e se emocionar talvez pra acumular-se dos cúmulos que enchem os fatos e fazem crescer o bíceps da alma nos céus do poder ser como posso esvaziando sempre a bexiga após a escrita líquida