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Mostrando postagens de dezembro 17, 2012

DÚVIDA DE ODOR VERBAL

O rosto áspero, ao raspar na véspera, rasgando os fatos às palavras dando conchas, suor em pérolas, porosos versos do dia-a-dia, o ser repaginando. Ser atingido por mil paradoxos, ser oceano de papel pensante. Chegar ao êxtase hierofante chegando a traços de infante. Sentir o odor verbal da intensa vida: criando semas neste altar risível. Mas se tanto metro hoje é guia e molde, terá lugar o poema irreprimível? Se bem não siga eu completamente, cuspa de lado e escreva em dilúvio. Ser poeta é ser oásis num deserto, e ser deserto num oásis, mesmo em gelo e peste.

ANTES DA FOLHA AMARELAR

Quando chegarmos à velhice, ainda deitar-me em ti, em decúbito, sem caduquice, a que o fluxo súbito da Morte no umbral beba em nossas árvores orvalhadas líquidos desejos de Vida. Sei que podemos mas não devemos perder o último raio de luz, nem pôr de lado ainda nossa cruz. Na reflexão de instantes, podemos restaurar tremores corporais, orarmos em amor de leite , deslizando gestos em tato máximo, ventres e seios apoiando estrelas, antes que o orvalho seque a folha amarelando