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Mostrando postagens de janeiro 4, 2014

AO LEITOR QUE MEREÇO

Eu só escrevo, não quero mais Do que o teu contentamento. Não quero ser desprezado, Amados nos festivais. Valem mais os elementos Que a lua cria em teus olhos. Valem teus sonhos fininhos Que a meus sonhos vigoram. Valem os teus comentários Sobre os poemas chorosos. Não escrevo para a brisa, Não escrevo para o vento, Mas quero teu concentrado Saindo do coração. A minha paga É sentir o solidário fermento Quando vasculham meus versos Teus olhos, febris acentos, Que minhas letras dispersam Por mais vivos sentimentos, Ou não, se até mesmo negam. Eu só escrevo, escrevo, E escrevendo, padeço Por não chegar onde devo Por ti, leitor que mereço.

CALOR DO INFERNO

Passei no corredor. Uma bola a Preta. Corre e late e me contenta Fazendo-me esquecer A gravidez de uma idéia Que abria suas pernas Entre câmeras de cinema. A Preta vai e vem. Está com sede. Senta. Saudade do banho Antigo de mangueira. Uma sede louca. Preta lambe os corvos Que me bordam girassóis nos pés.