Aurora. Um homem carrega seu AMOR aos ombros. Procura um berço. Sobe a ladeira íngreme. Com uma mão segura a perna esquerda do menino. Com a outra empurra uma pedra ladeira acima. O menino a crescer em seus ombros. No meio da ladeira, cumprimenta quem passa. Quem passa? Alguns o ajudam a empurrar a pedra. Outros alimentam o menino em seus ombros. O menino cresce. Fica adolescente. O adolescente poderia ajudar, mas não ajuda. Gosta de ver o outro em si sofrer, A impulsionar a pedra adiante. Até parece ser o AMOR filho da pedra. Ser filho da pedra é como ser filho da puta. O homem sofre subindo a ladeira. Arca. A certa altura, rareia a ajuda. Um aqui, outro ali. O adolescente às suas costas torna-se adulto, Que gargalha ao ver o sofrer do homem. Não sai dos ombros, forçando o peso. O homem já aceitou o seu destino de dor. Rola a pedra até o final da ladeira. Novo Sísifo. O homem avança. Há um AMOR velho agora em seus ombros. O homem avança. Cai AMOR dos seus ...