Pela estrada. Chego. Dou às tuas portas. Enxergo a poucos metros Um lobo morto. Patas de cavalo em sua alma. Eu sou um cavalo. Eu sou um cavalo troncho. Monta sobre meu lombo. Não confia muito. Não. Não. Apalpa minha cernelha. Anca, garupa, peito, Contado, flanco, axila. Foge enquanto há tempo. Sou espádua, braço, codilho, antebraço, joelho, canela, boleto, quartela, coroa, nádega, cocha, casco, cilhadouro, ventre, virilha, mas sem topete, crineira e bordo. Um cavalo em todo o corpo. Sem a alma de outros cavalos. Não tenho nada no espelho. O trote bom ficou pelos campos. Só faço poema com as patas tortas. O sentimento cavalar Com que te ato a alma É sexo com música retrô E corta o som da chuva Que cai com fúria de comer o solo E fecundar as plantas.
BLOG PAIXÃO PASÁRGADA, ONDE UM DISCÍPULO DE HOMERO E TÉSPIS OFICIA