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Mostrando postagens de junho 2, 2014

MOSQUITOS MORIBUNDOS AO MAR

Que eu seja miniatura e posto seja em folha orvalhada que voeje ao vento no tempo e que eu seja levado para o mar doce de além do sonho aquele meteoro encostado na alma só Que insetos mosquitos moribundos me guardem até o mar e ao chegar se atirem nas espumas brancas como o lençol da escuridão Que eu seja lido como uma ferida por um menino verde como eu fui com vida eterna e tudo

JÁ FEITO

O poema já foi feito com cordames secos o navio calafetado de medos as velas robustas se rasgam as sereias se despenteiam Ligando a TV veio o azul a conta não foi paga tempo demais no banheiro pilulas para acelerar o metabolismo O mar resta encapelado as espumas com seu bafo de conchas o espelho rezando aos dentes o poema já foi desfeito O vizinho trancado na brisa as chaves no palácio o tempo está moderado o cachorro liberto em fuga a sede o fará voltar em miniatura

CHEIRO DE FEBRE E UIVO

A face de mim que te espreme A partir da noite De uva de dentro de tua pele A face de mim que se expande A face de mim que te trai com o luar E a que tem força de mangue A face de mim tua carne A face de mim teu gozo Na face da face da face A face que a morte deslancha Sabedora amarga de tudo O cheiro que fica de tua febre e uivo Uso mortal pra asfaltar desejos