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Mostrando postagens de março 27, 2014

CERNE E CARNE DO TEMPO

Quero sim beber-te o yin. Matar a sede de beber na fonte o desejo enfim. Em teu ser se amplia e se abre a ter-me a ávida alegria de carne e cerne. Paremos o tempo. De um findo antes, você: caça e loba, a franquear as formas às mãos bobas.

FRUTO APRISIONADO (feito para o RECANTO DAS LETRAS em 18 abril 2009)

Fruto na garganta Lua em meio ao céu Gesto em corte no ar Pássaro de brasas Lagarto de mar Língua de linguado Fogo de aguar Meio oceano em lava Assim o som do sal Da ilusão de se ter Soco no meio do espaço Anjo e seu livro na testa Pedra no meio do rio Pena parada no ar Rocha no céu flutuante Flor perfume de vida Finita em seu jeito suspenso Paradoxo perdido Batendo sem ondas no cais

SÓ OUVI O SOM DE SEUS OLHOS de 26.07.2009 (fiz para o RECANTO DAS LETRAS)

Eu me doei. Ela foi. Eu me dei. Nela dói O eu ter me doado Com ação gratuita? Eu doendo, doído, um tempo. Ela doida, endoidecendo meus relógios. Ensandeci-me o ser. Para agradá-la. Em pedaços, ela Não completou o brinde. E a porta fechada do ser Não responde a pergunta: como entrou? Só ouvi o som dos seus olhos e ela entrou por meus ouvidos.

QUER MELHOR QUE ESSA

Estou chegando ao fundo deste poço. Cavei bilhões de quilômetros. Só com estas mãos de letras incisivas. Minhas unhas cresceram tanto. Por elas subirei de volta o monte esquivo. O cheiro aqui é peculiar. Olho pra cima e vejo um poema caindo. Quando chegar a mim,  Me esmagará. Fiz os cálculos. Não há chance de escapar. Quer morte melhor que essa?

CUPIDO E PSIQUE

O amor estabelece algumas leis: Amar: Não ferir; Não ferir; Não ferir; Não ferir; Não ferir; Não ferir; Não ferir; Não ferir. Não ferir: Amar. Válidas a partir da data desta leitura. Mas como amar sem ferir de amor o amor se desde Cupido a flecha sangra Psique?

O FIM O AFÃ O FINDO

O fim do mundo, O afã do mando, O findo mundo, O fã da mente, A mente ao "fly" Do Aerosmith: 'Fly Away From Here'... Findo e rendo, Fundo e ofendo, Minto o muito, E monto infame O embuste pleno Em vida ufana, Odiando os fundos E afins..só finjo. Tu me afirmas, Ó Leonardo Só, Que sou rei  De metáforas De mim (sou?) Porém não do mundo  (show). Disseram pra mim, Desde pequenino, De um ser profundo, Homem e menino, No fundo do poço Chamado à noite Com vasta oração. Citaram castigos Aos nossos pecados Diante de hambúrgueres. Ainda hoje há o fogo eterno Às mãos com cabelo (E eu, meu caro, a t(r)emer Na entrada, Com o Tártaro nos Dentes). Só anteontem me achei No Poço-Sou-Eu.