Tanto empurrei a porta, que a travei. Tanto fiz na janela, que arriou. O leite que não quis bem derramei. E por negar o arco, derramou A seta todo o sangue que guardei. Dei amor ao tempo, que findou, Muito abracei o algoz de meus enganos, Beleza apareceu mas não ficou, O tempo botou traças em meus planos E, sem sincronismo, a mente gaguejou. A porta emperrou neste caminho. Mas já decidi. Vou detoná-la, Seja embora o poeta ser franzino, E o outono embranqueça a torpe fala, Mijando, esclerosado, e fale fino.