Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de janeiro 1, 2014

MAIS UM DIA DE ATRAVESSAR

Atravessar o dia e seu jogo, embora as tábuas soltas. Ouvir sobre fé e manteiga e amor na televisão a cabo e jogar. Falar sobre a aderência na frigideira. Memorizar o gesto que precipitou-nos. O rosto da motocicleta que cuspiu na calçada. Num prato de carne seca com fofoca. Com os dedos no torno, o trabalhador amansa. Ao final, vemos a TV chicoteando-o.

EU SOU DOIDO

Está rindo por agora? Você vai ver, eu te lasco, E terei sorte lá fora Cheirando a tenro churrasco. Vou ser como Bora Bora Que só fez som do fodástico. Você vai ver, dor de ouro, Vou ser bom qual mago “chin”: Vou fazer brotar tesouros De solo ao sul de Pequim, Onde fazem mil agouros Por eu me afastar de mim. Vou fazer dez mil sonatas Pra um caminho em Compostela. Por seres Dor, estafada Deidade medieva. ...Eu sou doido? És doída! Mas és dor que o poema envida.

DOCE AMOR CHICOTE FORTE

Doce o seu chicote, nos adoça e salga, a ferida rasga, bem fraqueja os fortes. Eis que olhos tropeça, por cegueiras ter na ilusão que causa penetrando o ser. Nós, do sol servis, ficamos felizes só de exibir-lhe nossas cicatrizes.