Não escrevo só pra minha vida. Nem só pra sua nem pra de ninguém. Eu escrevo sim para as muitas almas Que Grande Pessoa disse que o ser tem. Guardo no poema coisas que não vêm E que, quando chegam, estão derretidas Por um não-querer, não-chegar, não ter, Coisas de mil almas, no ser divididas. Como posso dar-te uma definição Se dá-me o poema a carne dividida? Se a cada hora dou contradição? As minhas verdades adrede fingidas Existem no ser como condição De chegar ao cerne da (in)sincera vida.
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