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Mostrando postagens de julho 26, 2013

ELES OS GORILAS SOBREVIVERAM

Eles sobreviveram, guardaram como recordação as tenazes para dedos, ocultaram em cima do guarda-roupa a guilhotina portátil, a forca automática, a metralhadora oculta num disfarçado guarda-chuva-e-sol. Saem de manhã como o cachorrinho azul, depois, à tarde, voltam para suas casas, beijam faces familiares, tomam café com pão-de-queijo, talvez, ou tomem os netinhos no colo, emocionados com as possibilidades de seus futuros, querendo viver mais uns doze anos para vê-los cursando Direito ou Medicina ou Odontologia ou comendo rabos de saia debaixo de pontes e edredons sob os olhares de seus Capitães-do-Mato. Como são belos esses velhinhos com caras de céu e corpos de jardim de plástico! Como são frágeis seus passos sem culpa! Como são saúdaveis com suas refeições de horas certas! Estão uns anos a mais, quase morrendo, e esperam mais doze, em Deus pela Pátria e Liberdade, devorando muito ferro e zinco da Nova Culinária. Vez em quando, um desses velhos apanha uma cadeira daquelas bem s