Natanael Gomes de Alencar e Leonardo Só (POEMA RECONSTRUIDO DE RETALHOS DE 1996 NA EPOCA DO MASSACRE DOS CARAJÁS) Começo aqui estes versos Para falar com ardor De quem constrói a nação Como bom trabalhador. Vão as falas que se seguem Para ti, ex-mãe gentil, Não esqueçamos que o sangue Dos teus seios nos fluiu. O pedreiro fez teus pulsos, Os braços de tuas celas, Fez teu manso colo puro Com medidas nada austeras. O mundo é a nave das tiranias fatais, Mas a vós, Senhora Mãe, torce a face e a retrai, Pois nem do algoz usas disfarce, Quando massacras e tripudias A nossa cidadania, como ousaste Em Carajás. O professor muito ensina Tuas crianças, com flama, Seguindo a sua sina, Sem valer o quanto ganha. O faxineiro faxina Tuas sujeiras, Senhora, Mas de dentro nós notamos Que isto não te melhora. Diarista ou a contrato, Zela para dar apuro Ao teu urbano perfil, Se jogando no teu culto. O mundo é a nave das tiranias fatais, Mas a vós, Senhora, torce suas rugas fractais, Pois nem do algoz usas...
BLOG PAIXÃO PASÁRGADA, ONDE UM DISCÍPULO DE HOMERO E TÉSPIS OFICIA