Um ser humano leva um celular, que comprou de um desconhecido, barato e sem nota fiscal pra que sua filha dê-lhe um sorriso. Outro ser humano no banco da praça pensa na família que lhe espera no barraco e estende a mão por cinco reais de esmola pois diz que não compensa menos já que tudo tá o olho da cara; e seu carro está a apenas cem metros dali, no caminho ele vai tirando a gaze com que enrolou pernas e braços... acha um celular. Outro ser humano no beco da ponte faz um pacto de ilusão mesmo sem ver ou ouvir com o anjo Febrônio que caiu faz pouco tempo (cem anos?) de um buraco da camada de ozônio. Seu celular quebrou. Outro descobre de onde vem a palavra penico num livrinho cujas páginas ia usar depois da ocupação de seu peniquinho esmaltado. Ser humano é difícil pra burro... sem celular.
BLOG PAIXÃO PASÁRGADA, ONDE UM DISCÍPULO DE HOMERO E TÉSPIS OFICIA