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Mostrando postagens de outubro 25, 2013

DESPELANDO O SER-PELE

(poema de 2011) Quero tirar-te Dos meus ouvidos. Por isso estas orelhas-toco. Quero tirar-te do meu juízo. Por isso o poema Me estoura o oco. Quero tirar-te Do bem-olhado. Por isso a íris que furo agora... Sou violão em desfalque? Quero tirar-te Da minha pauta. Da pele quero despelar-te. Por isso os ossos Que intimidam. Quero tirar-te da minha boca, Por isso fechei-a com a fome. ...Mas como esquecer o pleno Pensamento onde estou Se tenho um falso conceito Onde uma idéia morou?

PERMISSÃO

Ouvem os uivos de tua indignação. Se aproximam e não notas. Comungas casas separas rejuntas e desmontas portas do início da casa. E eles ficam lá como o guarda de Kafka.

SEU OMBRO

Seu ombro tangido aos ferventes Magros deuses sem afagos. Seu rosto - lança desfechada No alvo das dormentes águas. Seu corpo em finas teias, Preso nas garras do relógio, Seu corpo estufando areias, Instando barros, escolhos.

BALA PERDIDA

O vento com  pés de amor-bala-perdida. E mais chuva,  encharcando as asas dos pensamentos com fone cinza. Quando fiz este poema não havia celular. Mas o anseio sempre foi um bocado de terra, Onde desenhava aos sete anos No local onde hoje não-é A Associação. Lembro da menina. Ainda a desejo. Tinha um probleminha na orelha. Perdi a chance de mordê-la.