Qual todos os homens, o poeta acorda, qual todos, ele ri e chora, e erra tanto quanto o rei da Inglaterra, qual todos, ele tira a meleca do nariz quando só uma pessoa por acaso o vê. Qual todos os homens, o poeta vive, qual todos, morre a cada desamor, e precisa do seu perdão, mesmo que você não o dê, e qual todos cutuca os ouvidos com as unhas quando só uma pessoa por acaso nota. Qual todos os homens, o poeta cansa, e cansado reza ou não pro escuro chegar, e o escuro não chega tão rápido quanto quer como ocorre com todos os homens que têm pressa. Qual todos os homens, o poeta quer marcar com lápis grosso o destino incerto, quer assinar papéis inúteis com inutilidades, quer deixar nos outros uma saudade como flâmula. Qual todos, quer chegar de novo ao porto onde deixou o mais fundo de si mesmo, quer abraçar de novo os adultos mais altos que puder encontrar, e os nomear seus deuses, garantia de primícias. Qual todos, os poetas confirmam o enigma da esfinge depois do sexo com suas areias...