(E a esfera me ouve ao poço) - Por que o poeta sofre e canta? Por que seu sangue escorre, grosso, E sua pele esconde o osso De seu amor em letra branca? Quando a vi E alisei-lhe o rosto Com o olhar Houve música de tal forma ensurdecedora Que me dançaram os tímpanos da pele -Por que a lágrima faz lago, E este sol parece chuva, E este som parece nada, E esta fome dela turva-me? Quando a vi E alisei-lhe o rosto Havia nutrição No seu sorriso explosivo E me alimentei -Se vou subir, subo, caindo, E esta ave, voando, finge-me A Musa Insone, parente de Eros, Que dela parte e ao peito atinge-me. Quando a vi E alisei-lhe a face Havia um frescor infrene Nas gotas em sua língua E me banhei (Deu-me a Esfera uma cuspida, Me estremecendo o fio da vida)
BLOG PAIXÃO PASÁRGADA, ONDE UM DISCÍPULO DE HOMERO E TÉSPIS OFICIA