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POEMA DE MIM

Entre trovões e relâmpagos, fingia estar  numa tragédia de Sófocles, frente à faca das arquibancadas, onde olhos moravam de pupilas raiadas  a mostrar faces inusitadas. Disseram-me que não eram tão assim quanto o meu medo os fazia, e que eram em verdade  belos olhos e que não nutriam pelo palco  grandes ódios. Eram olhos  que há muito tempo  miravam  ene terremotos e  ritos  pândegos de viés. Convencido, como a voz  de uma gralha de vidoeiro, banhei-me na charneca onde,  quebrando-me e rindo, me fizeram cair os olhos e  meu casco-cosmos se quebrou. Tive de colar e explicar  o poema e este ato foi meu supremo pecado. Fui condenado  e suspenso por segundos  da que sempre melecara. Sempre me imaginara  a réplica vitrificada  de um Verso  sem carnes. Quem me vê  assim cantando  não sabe o Poema  de mim. Da máscara, eu sou  coadjuvante e dentr...